segunda-feira, 31 de março de 2014

Comprar imóvel na planta em Belo Horizonte pode sair mais caro

Mercado

Atraso e falência de construtoras acirram perigo para 85% das vendas na capital mineira

A-G
Razão. Pequena oferta de terrenos hoje não justificaria unidades em construção mais caras que prontas
PUBLICADO EM 30/03/14 - 03h15
Comprar imóveis na planta em Belo Horizonte pode sair mais caro do que adquirir um pronto para morar. Além do risco de atraso, a opção por um imóvel que nem começou a ser construído pode acarretar prejuízos irreparáveis, caso construtora ou incorporadora decretem falência. O alerta parte do presidente da Comissão de Direito Imobiliário da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Kênio Pereira.
Segundo Pereira, de cada cem imóveis vendidos hoje na capital, 85 são negociados na planta ou em fase de construção. A parca oferta de terrenos na capital mineira e a supervalorização dos que restam, ainda de acordo com o especialista no mercado imobiliário, não justificam a oferta de unidades ainda na planta pelo mesmo preço ou mais caros de um imóvel já finalizado.
“A lógica sempre foi outra. É o valor da unidade já pronta que define até quanto pode ser pago por um terreno”, diz Pereira. “Não há como o proprietário de um terreno exigir um valor exorbitante, pois atender sua ganância inviabiliza a venda das unidades e os construtores sabem disso, uma vez que eles pagam o valor justo pelos lotes”, completa ele.
Com casamento marcado para o fim de 2015, o advogado Luiz Felipe Barbosa, 30, e a fisioterapeuta Andréia Gonçalves Silva, 28, procuram há quatro meses um apartamento e constataram que o preço de imóveis na planta não difere tanto dos prontos para morar.
“A diferença mínima que encontramos nesse contexto é de 90%”, diz Barbosa, revelando que até mesmo a localização, o padrão e a área são bastante similares.
“Observamos essa situação até mesmo em imóveis da mesma construtora. Acho que valerá mais a pena comprar um pronto para morar”, constata.
Sem lançamentos. Os lançamentos em baixa, afirma Kênio Pereira, são o principal fator que leva as construtoras a não se preocuparem em vender de imediato as novas unidades. “Essa situação é estranha, pois os preços atualmente não estão subindo bem acima da inflação, como ocorreu no período de 2006 a 2011 e que gerou excelente lucratividade para quem investiu na planta naquela época”, acrescenta o especialista.

Atrasos
Estimativa. Segundo a CMI/Secovi, é difícil precisar a média de imóveis atrasados porque são dados das construtoras. A estimativa é de menos de 1/4 de imóveis com obras atrasadas em BH.

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