21/4/2014 às 00h15 (Atualizado em 21/4/2014 às 09h37)
Facção continua comandando crime organizado de dentro de um presídio de segurança máxima
Marcola segue comandando as ações do PCC de dentro da cadeia
Jorge Santos/Oeste Notícias/Estadão Conteúdo/2005
A revelação de que os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital)
que cumprem pena na Penitenciária de Presidente Venceslau têm uma
rotina bastante sossegada — como se estivessem num clube, sem se
preocupar em ser incomodados pelos agentes de segurança — é só mais um
capítulo da batalha que o governo de São Paulo vem travando contra o
grupo. Batalha na qual vem sendo derrotado.
Imagens do MP (Ministério Público) feitas no presídio mostram Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola,
e outros dirigentes do grupo criminoso sorrindo, brincando, se
divertindo e falando abertamente sobre crimes cometidos pela quadrilha.
Decisões sobre roubos e homicídios são tomadas a céu aberto.
Além disso, no último mês de fevereiro, o MPE (Ministério Público
Estadual) mostrou que o PCC preparava uma ação ousada para tirar da
prisão Marcola e outros três chefes da facção criminosa.
Relatório da inteligência das Polícias Civil e Militar e do MPE
(Ministério Público Estadual) revelou o plano. Um avião, um helicóptero e
um blindado com as cores da Polícia Militar seriam utilizados na fuga
cinematográfica.
Após retirar seus líderes da Penitenciária de Segurança Máxima, o PCC
os levaria para fora do País por meio de uma rota de fuga já traçada no
Estado do Paraná.
Surgido em 1993, o PCC ganhou destaque nacional em maio de 2001, quando
promoveu uma megarrebelião nos presídios paulistas. Em 2006, a facção
liderou uma série de ataques a agentes de segurança pública para
protestar contra a transferência de líderes da facção ao RDD (Regime
Disciplinar Diferenciado).
Na época, dezenas de policiais militares e civis, além de guardas
metropolitanos, foram mortos nas ações. Em resposta, a polícia matou
mais de 500 pessoas — muitas delas inocentes e com claros sinais de
execução — nos dias seguintes aos ataques.
O grupo já matou juízes, diretores de penitenciárias, inimigos. Além
disso, ameaçou assassinar o governador Geraldo Alckmin e ainda promete
parar a Copa do Mundo caso seus líderes sejam enviados ao Regime RDD.
Mesmo com sua cúpula alojada em São Paulo, a facção possui tentáculos
em todos os Estado do Brasil. Segundo o MP, são 2.398 membros — a facção
diz que são mais de 20 mil homens — espalhando os métodos do grupo pelo
País. Os Estados com maior concentração de integrantes são Paraná, Mato
Grosso do Sul e Santa Catarina.
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