Dedé. De vilão na Copa Libertadores a herói...
EFE
Dagoberto comemora com Samudio após fechar o placar
Dedé.
De vilão na Copa Libertadores a herói. Atuando abaixo do nível esperado
durante a fase de grupos, especialmente no duelo contra o Defensor, o
zagueiro, enfim, justificou o investimento do Cruzeiro; e em grande
estilo. Com gol do defensor (e de Dagoberto no último minuto), o atual
campeão brasileiro derrotou o Cerro Porteño pelo placar de 2 a 0, em
Assunção, e garantiu de forma heroica a classificação às quartas de
final do torneio.
A vaga veio da maneira mais inesperada possível.
Depois de arrancar um empate por 1 a 1 no Mineirão, com gol de Samudio
no último minuto, o Cruzeiro alcançou a vitória no momento mais crítico
da noite: minutos após perder Bruno Rodrigo por expulsão. Dedé
aproveitou falta cobrada por Éverton Ribeiro e desviou para a rede do
Cerro. Silêncio no Paraguai.
A pressão e as dúvidas permaneceram
até os 48 minutos da etapa complementar. Em contra-ataque, quando o
Cerro já havia abandonado completamente o campo defensivo, Dagoberto
arrancou sozinho pela ponta direita e anotou o segundo gol. Dos
questionamentos na etapa de grupos, a uma vaga nas quartas de final. O
Cruzeiro vive na Libertadores.
Vive e terá pela frente um
adversário complicadíssimo na próxima etapa do torneio continental. O
Cruzeiro agora encarará o San Lorenzo, que derrotou o Grêmio nos
pênaltis pelo placar de 4 a 2, em plena Arena do Grêmio, e obteve a
passagem para brigar por um lugar na semifinal. Duelo entre o campeão
brasileiro e o atual campeão argentino.
O primeiro encontro entre
San Lorenzo e Cruzeiro está marcado para a próxima quarta-feira, no
Estádio Nuevo Gasómetro. A volta ocorrerá no dia 14, no Mineirão - por
ter campanha melhor na Libertadores, o time comandado por Marcelo
Oliveira decidirá em casa um lugar na semifinal.
O jogo
Sofrimento.
Os primeiros minutos em Assunção assustaram o torcedor cruzeirense.
Diante de um time bem montado por Arce e com Óscar Romero inspirado, o
Cruzeiro permaneceu acuado. Logo aos 9min, Fábio apareceu pela primeira
vez. Romero fez grande jogada pela esquerda, com direito a caneta, e
tocou para Corujo, que só parou no goleiro.
A pressão crescia a
cada minuto, ficando quase que insustentável. Além da ótima atuação de
Fábio, o clube mineiro contou com a sorte. Por exemplo aos 17min, quando
Ángel Romero recebeu livre na área e arrematou no travessão de Fábio.
Suspiro de alívio no lado azul de Minas Gerais.
Os primeiros 45
minutos deram o recado ao Cruzeiro. Não bastava se limitar ao campo
defensivo para passar de fase. Durante o período, o Cerro se impôs e
limitou o campeão brasileiro a um comportamento defensivo. Marcelo
Oliveira sabia: precisaria de mais para passar de fase.
Mais solto
durante o tempo final, o Cruzeiro parecia melhorar. Apenas parecia,
porque Bruno Rodrigo, por pouco, não jogou as chances cruzeirenses para
longe. Aos 33min, momento no qual os brasileiros sofriam com a pressão
dos mandantes, o zagueiro cometeu falta dura, recebeu o segundo cartão
amarelo e deixou o jogo por expulsão.
A tensão era evidente no
semblante dos jogadores de Marcelo Oliveira. Entretanto, Dedé, sozinho
no setor defensivo depois da expulsão do companheiro de zaga, foi o
responsável por pedir calma. Tranquilo, o camisa 26 pediu a Éverton
Ribeiro não cobrar uma falta despretensiosa de maneira rápida. Sábio
Dedé.
O meia parou, mediu a força necessária e mandou a bola para
área. O gigante Dedé superou toda a defesa paraguaia, desviou de cabeça
com precisão e encobriu o goleiro Fernández. Bola na rede aos 35 minutos
do segundo tempo para um time com apenas dez homens em campo. Prêmio
para a tranquilidade e experiência.
O sofrimento cruzeirense tinha
tempo para terminar. Dez minutos mais os acréscimos; e foi justamente
no último minuto que o atual campeão brasileiro afastou qualquer chance
de zebra. Após erro da defesa paraguaia, Dagoberto invadiu a área e
arrematou firme. A bola passou sob os braços de Fernández e morreu na
rede. O Cruzeiro vive. O Cruzeiro luta pelo tri.
FICHA TÉCNICA:CERRO PORTEÑO-PAR 0 X 2 CRUZEIRO
Local: Estádio General Pablo Rojas, em Assunção (PAR)
Data: 30 de abril de 2014, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Dario Ubriaco (Uruguai)
Assistentes: Mauricio Espinosa e Carlos Changala (ambos do Uruguai)
Cartões amarelos: (Cruzeiro) Bruno Rodrigo, Dedé e Samudio
Cartões vermelhos: (Cruzeiro) Bruno Rodrigo; (Cerro Porteño) Corujo e Daniel Güiza
GOLS: CRUZEIRO: Dedé, aos 35 e Dagoberto, aos 48 minutos do segundo tempo
CERRO PORTEÑO-PAR: Fernández; Bonet, Cardozo, Ortiz e Alonso ( Rodolfo Gamarra); Corujo, Júlio dos Santos, Oviedo e Oscar Romero; Ángel Romero (Godoy) e Daniel Güiza (Beltran)
Técnico: Francisco Arce
CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Samudio; Henrique, Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian (Dagoberto) e Júlio Baptista (Borges) (Léo)
Técnico: Marcelo Oliveira
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