08/10/2014 08:39 - Atualizado em 08/10/2014 08:39
A coligação Minas Pra Você, que elegeu o ex-ministro Fernando Pimentel
ao governo de Minas Gerais, admitiu por meio de nota que um dos três
presos na noite de terça-feira em Brasília em um avião particular que
carregava R$ 116 mil em dinheiro vivo prestou serviços para a campanha
petista. A nota, no entanto, alega que a coligação "não pode se
responsabilizar pela conduta de fornecedores".
O avião apreendido em Brasília está em nome da empresa Bridge
Participações S/A, que tem sede na capital federal. A aeronave, de
prefixo PR-PEG, fez vários voos nos últimos três meses entre Belo
Horizonte e Brasília. Há também registros de viagens para cidades do
interior do estado, como Montes Claros, Divinópolis, Curvelo, Juiz de
Fora e Patos de Minas, mas também idas a outras capitais, como São
Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Goiânia. Nem a Polícia Federal e nem a
coligação Minas Pra Você informaram se o jatinho chegou a atender ao
governador eleito Fernando Pimentel durante a campanha.
A empresa dona da aeronave está registrada em nome de dois irmãos,
Alexandre Santos Guedes e Ricardo Santos Guedes, mortadores de Belo
Horizonte e de uma terceira pessoa identificada como Cleusa Centeno,
moradora de Canoas, no Rio Grande do Sul. Os três juntos têm
participação em mais pelo menos oito empresas, que atuam em diversas
áreas como construção civil, mineração, auditoria e contabilidade,
investimentos, marketing e propaganda.
ENTENDA O CASO
A Polícia Federal apreendeu no aeroporto internacional de Brasília ao
menos R$ 116 mil em dinheiro vivo com três pessoas que estavam num um
voo vindo de Belo Horizonte no início da noite de terça-feira (7). Os
três homens prestaram depoimento na superintendência da PF em Brasília.
Um dos homens flagrados portando dinheiro vivo é o ex-assessor do
Ministério da Cidades Marcier Trombiere Moreira. Ele estava lotado na
pasta até julho deste ano, quando se licenciou para colaborar na
campanha de Fernando Pimentel, candidato do PT eleito para o governo de
Minas Gerais. As três pessoas foram a Brasília no jato particular
alugado.
A cúpula da Polícia Federal estaria apreensiva com o desenrolar dos
fatos, segundo informações da Agência Estado. A PF recebeu uma denúncia
anônima que a levou a abordar a aeronave ainda na pista. A polícia irá
instaurar inquérito para investigar a origem dos recursos. A suspeita é
de que se trate de lavagem de dinheiro.
Segundo uma fonte do alto escalão do governo, o dinheiro pode ter
relação com a campanha eleitoral, mas não há confirmação ainda sobre
isso. A denúncia inicial é que a aeronave estaria levando para Brasília
oito malas cheias de dinheiro.
Em nota, a PF confirmou que apreendeu o valor com três passageiros do
táxi aéreo, que pousou no aeroporto Juscelino Kubitscheck proveniente de
BH. "A PF instaurou inquérito para apurar o incidente. Os três homens
compareceram à superintendência regional onde prestam depoimento." A PF
não se manifestou sobre a origem do dinheiro.
NOTA COMPLETA
A propósito da detenção de um colaborador da campanha da coligação
Minas pra Você ao governo de Minas Gerais é necessário esclarecer:
O senhor Marcier Trombiere prestou serviços de comunicação.
A Gráfica Brasil Editora e Marketing prestou serviços gráficos. As
notas fiscais foram emitidas e as despesas serão declaradas na prestação
de contas final da campanha.
A Coligação Minas Pra Você não pode se responsabilizar pela conduta de fornecedores.
A campanha foi encerrada no último domingo, data limite para a
permanência de qualquer prestador de serviços na campanha. Pela natureza
do serviço prestado pela empresa, a relação com a gráfica já se
encerrara.
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