sábado, 11 de outubro de 2014
Imagem: Folhapress |
O empresário
Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, ligado ao PT, e um colaborador da
campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, Marcier
Trombieri Moreira, foram detidos e prestaram depoimento na noite de
terça-feira (7), sobre R$ 116 mil em dinheiro vivo que levavam em um
jato particular que saiu de Belo Horizonte com destino a Brasília.
A Polícia
Federal abordou o bimotor turboélice de prefixo PR-PEG na pista do
Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek após receber denúncias
anônimas de que o voo continha oito malas de dinheiro. Um terceiro
passageiro, identificado como Pedro Augusto de Medeiros, de Ipatinga
(MG), teria passagem na PF por envolvimento com tráfico de drogas.
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A maior parte
dos R$ 116 mil estava com Rodrigues, conhecido como Bené. O empresário
ganhou notoriedade em 2010 ao ajudar a pagar o aluguel de uma casa em
Brasília onde funcionou um núcleo da pré-campanha de Dilma Rousseff.
Nessa casa, o PT teria montado uma equipe para elaborar um dossiê contra
o tucano José Serra, adversário da petista.
Bené é dono de
empresas que já receberam cerca de R$ 272 milhões das gestões petistas
no Palácio do Planalto. Funcionário aposentado do Banco do Brasil e
ex-assessor do Ministério das Cidades, Marcier portava R$ 4 mil - metade
escondido no corpo. Ele trabalhou na área de comunicação da campanha
de Pimentel. Ligado ao PT, seria o responsável pela distribuição de
material do candidato no estado.
Inquérito
Portar dinheiro
vivo não é crime, mas a PF decidiu instaurar inquérito para investigar
suposta lavagem de dinheiro após os depoimentos do trio, considerados
contraditórios, e pela presença de um homem com passagem por tráfico. O
dinheiro foi apreendido. O jato, em nome da Bridge Participações, foi
adquirido em 6 de junho de 2013, segundo a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac).
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A empresa está
registrada no mesmo endereço em que o Bené tem uma empresa de eventos, a
Due Promoções e Eventos, antiga Dialog. Após a divulgação do caso, o
presidente do PT, Rui Falcão, disse que não se deve vincular o episódio a
Pimentel, que depois de eleito passou a colaborar com a campanha de
Dilma.
“Prenderam
cento e pouco mil reais num evento ligado à campanha do deputado Bruno
Covas. Isso não me leva a fazer qualquer vínculo com o deputado Bruno
Covas”, disse, referindo-se à detenção de um assessor de campanha do
tucano.
Irritação
Ao desembarcar
em João Pessoa (PB), ontem à noite, Dilma se irritou com a pergunta
sobre o tema. “Tudo o que vocês (jornalistas) queriam, não é? Por que eu
afastaria o Pimentel? Você já condenou?”. Indagada se confia no
governador eleito de Minas, respondeu: “Eu confio, sim, no Pimentel.
Acho que o Pimentel é uma pessoa interessantíssima, (para) que se
pergunte se eu quero afastar ele da minha campanha. Por quê? Porque ele
foi o governador que derrotou o candidato do Aécio Neves?”.
Ao final da
entrevista, no aeroporto da capital paraibana, voltou ao tema. “Eu não
vou aceitar de maneira nenhuma que alguém chegue aqui para mim e condene
uma pessoa sem provas. Eu não vou aceitar de ninguém. Eu não faço isso
com ninguém”.
Já o candidato à
Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, defendeu as investigações dos fatos
antes de qualquer acusação contra o governador eleito de Minas Gerais.
“Vamos aguardar para ver o que mostram as investigações. Se isso for
verdadeiro, é muito grave”, afirmou.
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