08/10/2014 13:33 - Atualizado em 08/10/2014 13:33
RENATO COSTA /FRAME
Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, presta depoimento na CPI
A contadora Meire Poza admitiu nesta quarta-feira (8), em depoimento à
CPI mista da Petrobras, ter emitido R$ 7 milhões em notas frias em
serviços prestados para empresas do seu ex-cliente, o doleiro Alberto
Youssef. Meire fez questão de destacar que a prática foi uma "exceção"
na sua atividade profissional e ressaltou que sua empresa tem atividade
regular.
Após o comentário da ex-contadora do doleiro, o líder do PMDB na
Câmara, Eduardo Cunha (RJ), questionou a contadora sobre o montante em
notas fiscais regulares que ela emitiu. Meire Poza, entretanto, não
soube precisar e disse que poderia "levantar isso". "A senhora faz parte
do esquema, se a senhora emitiu nota fria, a senhora é investigada",
acusou Cunha.
Meire, que depõe como testemunha, protestou. O peemedebista retrucou
novamente e disse que a CPI está tratando como "informante alguém que
faz parte do esquema". Ele anunciou que o PMDB vai apresentar um
requerimento de quebras de sigilo fiscal e bancário das empresas da
ex-contadora de Youssef e pedir ainda à Polícia Federal o inteiro teor
dos depoimentos que ela prestou no curso da Operação "Lava-Jato", da
Polícia Federal.
"Estamos aqui com uma fornecedora de nota fiscal fria. Ela já admitiu o
que é, uma ré confessa", atacou Cunha. O líder do PPS na Câmara, Rubens
Bueno (PR), saiu em defesa de Meire Poza, destacando que ela está
"prestando um serviço ao País".
"Não dá para continuar com uma quadrilha na Petrobras e até agora não
descobrimos qual é o chefe da quadrilha", afirmou ele, ao frisar que a
CPI tem é de aprovar um requerimento de quebra de sigilo das
empreiteiras. Bueno ressalvou que, se Meire tiver envolvimento no
esquema, terá de pagar também por isso.
Petrobras
A ex-contadora do doleiro afirmou também durante o depoimento que não
tem informações sobre as operações que envolvem a estatal petrolífera.
Ela disse ter "informações de operações feitas no escritório do
Youssef".
Ela disse que começou a trabalhar a partir de 2011 para duas empresas
do grupo de Youssef, a GFD e a Graça Aranha. Ela afirmou ainda que
posteriormente fazia serviços para outras empresas dele.
Meire disse receber R$ 15 mil para fazer o atendimento contábil às
empresas do grupo de Youssef. A contadora disse que só foi conhecer o
doleiro em 2012, pois a informação inicial que tinha era de que a GFD
pertencia a um grupo estrangeiro.
A contadora respondeu ao relator da CPI mista da Petrobrás, deputado
Marco Maia (PT-RS), que não reconhece que a empresa de contabilidade
dela tenha recebido recursos da ordem de R$ 1,1 milhão, a título de
honorários.
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