Página saiu do ar após Dilma sugerir, em debate, que os eleitores checassem possível desvio na saúde da gestão de Aécio no estado
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BELO HORIZONTE — O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais justificou a queda do site entre a noite de terça-feira e a manhã desta quarta-feira afirmando sobrecarga de acessos. Segundo o órgão o número de usuários simultâneos durante o período foi 30 vezes maior do que a média histórica. A sobrecarga ocorreu logo após a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) sugerir, durante debate da disputa presidencial transmitido na noite desta terça-feira pela TV Band, que o eleitor acessasse o site do Tribunal de Contas mineiro para conferir um desvio que, segundo a candidata, seria de R$ 7,6 bilhões da saúde na gestão de Aécio Neves (PSDB) quando governador de Minas Gerais, entre 2003 e 2010.
— Quando o governo de Minas foi dirigido pelo senhor, vocês não cumpriram o que manda a Constituição, que é destinar um mínimo para a saúde. Desviaram em torno de R$ 7,6 bilhões, é o que diz o Tribunal de Contas do Estado, da Saúde — afirmou a petista, que complementou: — Eu proponho que a gente pare de discutir quem está mentindo e peço à pessoa que nos assiste hoje até essa hora, que entre no site do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, e nos arquivos dos jornais, e olhe quem está falando a verdade e quem está falando mentira.
Após o debate, no entanto, a página saiu do ar. Por nota, o TCE afirmou que, entre as 22h de terça e as 13h desta quarta, o número de acessos chegou a 920 usuários simultâneos, ante 30 de média. No período, foram 53,4 mil pessoas procurando a seção “Fiscalizando com o TCE” — diariamente, 2,5 mil em média pessoas entram na página do órgão, segundo a assessoria.
O endereço eletrônico chegou a ser restabelecido na manhã desta quarta-feira, mas sem algumas seções — incluindo a “Fiscalizando com o TCE”, na qual é possível ver as contas de governadores. A falha levantou questionamentos de internautas e até mesmo de lideranças petistas mineiras.
— Eles tiraram o site do ar. É o TCE de Minas censurando dados públicos em detrimento a um candidato. Eles sumiram com o relatório, o TCE está fazendo tudo o que o governo mineiro quer. Minas é um estado de exceção — afirmou o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG).
No fim da tarde desta quarta-feira, no entanto, o site voltou a apresentar todas as seções. Questionada, a assessoria do TCE informou que o “sistema não ficou indisponível, mas sim, instável”. E completou que está “trabalhando no sentido de aliviar a carga no portal para minimizar os problemas de acesso”.
Por nota, a campanha de Aécio afirmou que o candidato "teve suas contas aprovadas e que foram investidos o que a Constituição brasileira estabelece para Educação e Saúde". Quanto ao sucessor do presidenciável tucano, Antonio Anastasia, governador mineiro de 2010 a 2014, o comitê afirmou que foi feito um "Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) preventivo, que não veio a ser utilizado, uma vez que o Estado cumpriu o percentual previsto nos novos moldes definidos pela emenda 29".
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