quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Sessão é interrompida por Bolsonaro e cassação de Vargas é indefinida

CONGRESSO

Depois de afirmar em discurso que não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela "não merece", Bolsonaro tentou explicar sua versão durante votação da cassação de André Vargas; sessão precisou ser cancelada em meio a discussão de parlamentares

 Câmara dos Deputados
Sessão que estava programada para votar cassação de André Vargas foi cancelada em meio a discussão de parlamentares
PUBLICADO EM 10/12/14 - 13h57
Foi encerrada há pouco a sessão do Plenário da Câmara dos Deputados destinada a votar o pedido de cassação do mandato do deputado André Vargas (sem partido-PR). Sem quórum para votação, o assunto não foi definido. Os parlamentares seguem discutindo se reiniciarão ou não sessão a votação sobre a cassação de Vargas.

A sessão da manhã desta quarta-feira (10) foi encerrada após o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pedir a palavra para se defender das acusações de ter ofendido a deputada Maria do Rosário (PT-RS), deputados do PT e o próprio Bolsonaro começaram a discutir em Plenário e, por isso, o vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia teve de assumir a sessão que foi encerrada em seguida.
Em meio a discussão, Domingos Dutra chamou o Bolsonaro de defensor de torturadores. O deputado do PP pediu a palavra em resposta, mas não foi autorizado. Com isso, ele exigiu assumir a presidência, justificando ser o deputado presente com mais mandatos. Após assumir, Bolsonaro continuou discutindo com os colegas do Plenário. Chinaglia pediu a saída de Bolsonaro da presidência. E outro deputado gritou: "sai daí, palhaço".  O deputado do PP tentou ainda dar sua versão oficial sobre o ataque à Maria do Rosário. A sessão foi suspensa logo depois. 
O deputado Júlio Delegado (PSB-MG), relator do caso no Conselho de Ética, protestou, indignado, contra o cancelamento, afirmando que não havia transcorrido sequer a metade do tempo previsto para a duração de uma sessão extraordinária – cerca de quatro horas.
A reação motivou uma reunião informal entre parlamentares e assessores que se revezaram na presidência da sessão. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) assumiu, então, o comando do plenário, abrindo nova sessão da Câmara com outra pauta, o que provocou ainda mais confusão.
“Tem gente que lê e interpreta muito o regimento. Isto aqui teria repercussões outras. Fui designado relator em abril. Enquanto todos estavam em recesso de Copa do Mundo e Eleições eu estava aqui fazendo relatório”, protestou Delgado. Ele lembrou que durante três meses a pauta da CCJ ficou obstruída por conta do recurso apresentado por Andre Vargas. “Quem pautou esta matéria também trabalhou para que não tivesse quórum e na hora que estava se constituindo quórum a sessão foi encerrada. Essa sessão não tem condições para votar PEC. Peço ética e postura ao Conselho de Ética”, completou.
Vice-presidente da Câmara Chinaglia tentou acalmar os ânimos e disse que a orientação veio do presidente da Casa. Chamado ao plenário, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) assumiu a responsabilidade e colocou o processo contra Andre Vargas como primeiro item da pauta e a representação está sendo avaliada.
Foi convocada outra sessão extraordinária, que será realizada ainda nesta quarta (10), para votar duas propostas de emenda à Constituição (PECs): a do orçamento impositivo (PEC 358/13) e a que concede aposentadoria integral para servidores aposentados por invalidez (PEC 170/12). As votações dependem de acordo.
Ataque 
Deputada Maria do Rosário (PT-RS) declarou ao portal G1, na manhã desta quarta-feira (10), que pretende processar Jair Bolsonaro (PP-RJ). A decisão foi tomada depois de discurso polêmico do deputado na última terça-feira (9). Durante sessão no Plenário, Bolsonaro afirmou que não estupraria Maria porque ela "não merece". A deputada fez um desabafo afirmando que se sentiu agredida com a declaração de Bolsonaro. 
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Com Agências

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