sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

AS BOAS NOVAS DO PORTA-VOZ QUE GOVERNARÁ MINAS

Ilustração: Blog da Renata


Os jornais nos trazem um alento e uma boa dose de boas notícias para iniciarmos o ano. Essas notícias vem para vitaminar nosso temor e tremor no futuros quatro anos. Por que será que sempre temos a impressão de que as coisas sempre foram como são e, talvez, seja a única forma de pensarmos diante de uma manchete dessas. "Novo governo teme não pagar salário em janeiro". Por favor, que fique claro, nada contra alguém ser petista, muito antes pelo contrário. Mas por que prometer tanto e começar trazendo-nos o tremor e o temor. Depois, dizer que trás para Minas "uma nova era", tornando-se não um governador dos mineiros, mas o "porta-voz" do povo mineiro. Ou seria, o portador de péssimas notícias. Para isto já temos os mensageiros do apocalipse que ficam de atalaia, no dia a dia. Na prática, acordamos sabendo pelos tablóides que o pagamento de nosso salário de janeiro está comprometido. Diante disto, pergunta-se de que valeu a constituição de uma, então, denominada "equipe de transição". Equipe essa, quero crer formada de profissionais de notório saber nas diversas áreas, a fim de serem prospectivos, ao avaliarem e propor ações antecipatórias, para que o novo governo iniciasse bem. Mesmo que houvesse, como sabiamos que haveriam problemas. Bom, alguém pode dizer-nos que só, agora, agora que o Secretário de Planejamento diz ao governador que não dispõe de caixa. Só agora ele diz que há R$700 milhões para pagar o funcionalismo. Soube somente após a última taça de champagne servida no coquetel de posse de sua excelência. Aliás, sempre foi assim, sem recursos e, ainda, vamos ter festa. Fala sério! A propósito quanto a suposta equipe de transição sequer notaram o cenário que hoje descortinam-se diante de todos os servidores públicos, que já sabiam que suas contas não deixarão de serem cobradas em janeiro. Ah! Os integrantes daquela equipe de transição mantiveram a secretária de planejamento da gestão passada, objetivando tomar pé de toda a situação. Servidora que, salvo falta de conhecimento da história política de Minas, fez jus inclusive do pagamento da gratificação de Natal como qualquer outro servidor, sendo uma das poucas a não ser exonerada. Tamanha a sua importância para a equipe de transição. Que a propósito. Afinal ficaram reféns de planilhas e números sem adotar nenhuma medida concreta, a ponto de necessitar de um diagnóstico a ser realizado pelo atual Secretário dimensionando as finanças do Estado, só a partir de agora? Que surpresa. Até agora, isto é desconhecido. A menos que o papel dessa equipe fora a de cuidar do seu próprio umbigo, apoiando ao novo governado apenas nas escolhas dos "braços direitos". Ah! E "dos esquerdos". Será que a ideia de mudança na maneira de administrar e gerir o Estado não passou de apenas mais um impressionante discurso "politicamente correto"? De fato começamos bem. Bem mal! Que pena! Cabendo ao funcionalismo o pífio crescimento da economia do Estado. A culpa pelo não repasse de R$1,07 bilhão pelo Governo Federal e R$35 milhões pelo BNDES para custear a infraestrura do Estado. Ah! E a equipe de transição do governo nada disso viu? Cabe a nós, funcionários públicos, pensar no mês de maior arrecadação do Estado e no tão distante, fantasma dos atrasos de pagamento de salários que pode estar de volta. Temo que o nosso "porta-voz" -, o governador eleito diga-nos sonoramente que esses tempos voltaram. E aos nossos representantes de classe e políticos, o alento de que virão a fazer algo. Isso mais lembra-me a passiva posição de continuarem no fantástico mundo do personagem de Miguel de Cervantes "Dom Quixote de la Mancha" com seus feitos heróicos de lutarem contra moinhos de ventos auxiliados por seus Sancho Panças. Depois dos ventos mais fortes passarem, nada há que fazer. De fato, começamos bem! Sejamos esperançosos e que Deus nos ajudem!

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