Letícia Alves/Hoje em Dia
DNIT reconhece atrasos e remarcar conclusão da duplicação da BR-381 para 2019
Audiência pública acontece nesta manhã na Assembleia Legislativa

As obras de duplicação da BR-381, previstas para 2017, seguem em ritmo lento por causa de desapropriações pendentes e questões ambientais, segundo o coordenador de obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Sérgio Garcia. 
 
O órgão foi convocado para audiência pública na Assembleia Legislativa, que acontece na manhã desta terça-feira (28). A audiência conta com a presença de 90 pessoas que moram ao longo da rodovia e discordam dos valores das indenização. 
 
"A expectativa é de que tivéssemos hoje cerca de 30% do avanço médio dos contratos. Não dá pra dizer que está nisso. Tem contratos com 11% e outros com 100%. Está aquém do que queríamos. Isso não vou negar", disse Garcia.
 
Por causa da demora para execução de alguns trechos, a duplicaçao só deve ser concluída em 2019, dois anos após o prazo inicial previsto. O atraso deve-se a trechos que ainda nem saíram do papel. Entre eles os lotes 8A e 8B, entre Belo Horizonte e Caeté, na Região Metropolitana. O trecho já teve duas licitações sem resultado. 
 
De acordo com o Dnit, os valores apresentados pelas empresas foram superiores ao teto máximo previsto. "O que acontece é que há projetos com uma complexidade diferente do que estava previsto", comentou. 
 
Outro trecho ainda sem solução engloba o lote 6, em João Monlevade, na região Central de Minas. A construção da variante de Santa Bárbara, caminho alternativo para quem segue no sentido Ipatinga, no Vale do Aço, trava o processo. 
 
Desapropriações
 
Para que a rodovia seja finalizada é preciso a retirada de dua mil famílias ao longo dos trechos. Até hoje, nenhum processo de desapropriação foi finalizado. Um mutirão de negociação foi realizado em dezembro do ano passado, com 277 acordos. No entanto, segundo o coordenador do Comitê Gestor do Dnit para obras de duplicação da BR-381, Ricardo Medeiros, os processos ainda estão em andamento. 
 
"Vêm sendo realizadas todas as desapropriações e remoções no âmbito da justiça". As famílias com imóveis desapropriados para as obras têm três opções de acordo com o órgão: receber o valor dàs benfeitorias no imóvel; adquirir um imóvel em outra região por R$ 40 mil ou optar pelo programa Minha Casa, Minha Vida. 
 
As alternativas para a família de Edna de Almeida Figueiredo, de 33 anos, são inviáveis. "Eles ofereceram R$ 40 mil e, pra gente, isso é muito pouco. Gastamos muito mais para construir. Não dá pra comprar nada com esse valor", disse a dona de casa que mora na Vila Amélia, em Sabará, na Grande BH.