segunda-feira, 13 de abril de 2015

Economia para conter a crise política

Amália Goulart
Amália Goulart
amaliagoulart@hojeemdia.com.br


13/04/2015


O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) prepara propaganda oficial, a ser veiculada na televisão e no rádio, para explicar o ajuste fiscal. Aliados do Planalto custaram, mas descobriram o óbvio. Para fazer frente às manifestações não adianta prometer pacote anticorrupção. Não apenas. É preciso mostrar ao povo que as condições econômicas do país podem melhorar. Afinal, como explicar a um vizinho, que perdeu o emprego, que o governo é bom? Como dizer a uma dona de casa, que trocou a carne pelo frango, que as coisas vão bem?
O discurso contra a corrupção é mais fácil. Porém, não tem a mesma abrangência que o econômico. Se um eleitor está empregado e mantém a qualidade do consumo, pode até dizer-se indignado com a corrupção, mas as chances de sair às ruas para protestar são menores.
Pensando nisso, a presidente Dilma começou a sair publicamente em defesa do ajuste fiscal. O fez na Cúpula das Américas, no Panamá, por exemplo. A iniciativa ganhou corpo após as manifestações de março. E devem estender-se, agora, na televisão. A ideia é explicar o pacote justamente ao vizinho e à dona de casa. E forçar as legendas da base, mais revoltosas que o povo nas ruas, a apoiar o ajuste fiscal.
Levar parte da solução do problema aos telespectadores foi a medida, a curto prazo, encontrada, já que os parlamentares não ouvem o governo e, mesmo implementadas, as opções à crise econômica, elencadas no ajuste, teriam resultado prático apenas a partir do próximo ano. Para 2015, o governo espera arrocho equilibrado com pouco investimento.
Expectativas
Para esse domingo (12), assessores próximos ao Planalto previam um público menor nas ruas. O que de fato ocorreu. Mesmo assim, um grande número de protestantes compareceu às principais capitais do país. Manifestações também ganharam o interior. Preocupação maior para a presidente seria mais pessoas pedindo o afastamento dela. No entanto, é consenso que a popularidade presidencial e a aprovação do governo precisam melhorar. A meta do Planalto é encerrar 2015 em uma curva ascendente.
Supremo
A depender da simpatia de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seria nomeado, para a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Marcelo Nobre. Ex-membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ele é um dos nomes mais fortes a ocupar o posto.
Nos últimos dias, cresceram as chances. Nobre já foi ventilado, em 2009, para ocupar a Advocacia Geral da União (AGU). Perdeu a indicação para Luiz Inácio Adams, preferido de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas não o prestígio. Pelo contrário. É lembrado por transitar bem em Brasília e colecionar simpatizantes. Advogados ainda dizem ter conhecimento técnico e experiência suficientes para o mais alto posto do Judiciário no Brasil.

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