terça-feira, 28 de abril de 2015

Governo Petista manifesta consternação 'profunda' por execução de brasileiro

28/04/2015 16h30 - Atualizado em 28/04/2015 16h40

Em carta, Dilma pediu a presidente indonésio suspensão de fuzilamento.

Autoridades indonésias não foram sensíveis a apelo humanitário, diz nota.

Do G1, em Brasília

Rodrigo Gularte (Foto: Reprodução / RPC)O brasileiro Rodrigo Gularte (Foto: Reprodução/RPC)
O governo divulgou nota na tarde desta terça-feira (28) na qual diz ter recebido com "profunda consternação" a notícia da execução na Indonésia do brasileiroRodrigo Gularte, de 42 anos. Ele é o segundo brasileiro fuzilado por tráfico de drogas na Indonésia – o primeiro foi Marco Archer, em janeiro.
Gularte foi morto na madrugada de quarta-feira (29), pelo horário local – tarde desta terça-feira (28) no horário de Brasília. A pena foi executada por um pelotão de fuzilamento. Também foram fuziladas outras sete pessoas, de diferentes nacionalidades, condenadas pelo mesmo crime.
De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, a presidente Dilma Rousseff enviou carta ao presidente indonésio, Joko Widowo, pedindo a suspensão da pena de morte em razão do "quadro psiquiátrico" do brasileiro.
"Lamentavelmente, as autoridades indonésias não foram sensíveis a esse apelo de caráter essencialmente humanitário", diz o texto da nota.
Leia abaixo a íntegra da nota:
CASO RODRIGO GULARTE - NOTA À IMPRENSA DO GOVERNO BRASILEIRO

O Governo brasileiro recebeu com profunda consternação a notícia da execução, na Indonésia, do cidadão brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, ocorrida na data de hoje, 28 de abril de 2015, pelo crime de tráfico de drogas.
Em carta enviada ao seu homólogo indonésio, a Presidenta Dilma Rousseff havia reiterado seu apelo para que a pena capital fosse comutada, tendo em vista o quadro psiquiátrico do brasileiro, agravado pelo sofrimento que sua situação lhe provocava nos últimos anos.
Lamentavelmente, as autoridades indonésias não foram sensíveis a esse apelo de caráter essencialmente humanitário.
Ao longo dos dez anos em que o Rodrigo Muxfeldt Gularte esteve preso na Indonésia, o Governo brasileiro prestou-lhe a devida assistência consular e acompanhou sistematicamente sua situação jurídica, na busca de alternativas legais à pena de morte, observando rigorosamente o que a Constituição e as leis daquele país prescrevem sobre essa matéria.
A execução de um segundo cidadão brasileiro na Indonésia, após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em 18 de janeiro deste ano, constitui fato grave no âmbito das relações entre os dois países e fortalece a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital.
O Governo brasileiro transmite sua solidariedade e seu mais profundo pesar à família de Rodrigo Muxfeldt Gularte
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