sexta-feira, 24 de abril de 2015

Policiais batem em coveiros que riram durante enterro de colega

24/4/2015 às 00h20 (Atualizado em 24/4/2015 às 06h52)

Vítimas trabalhavam limpando túmulos no cemitério e teriam dado risadas durante o enterro

Do R7 com Record Minas
Wesley foi executado ao chegar em presídio no norte de MinasFacebook / Reprodução
O enterro de um agente penitenciário terminou em confusão em Montes Claros, no norte de Minas. Algumas pessoas chegaram a ser agredidas no cemitério onde o corpo estava sendo sepultado e ficaram feridas.
Segundo testemunhas, a confusão teve início porque funcionários do cemitério começaram a rir durante o enterro. Neste momento, policiais que seriam amigos do agente penitenciário começaram a agredir os trabalhadores.
Os rapazes agredidos são primos e trabalham informalmente no cemitério. Eles alegaram que estavam fazendo a limpeza de alguns túmulos quando o cortejo chegou e eles pararam para acompanhar. Foi quando um policial teria iniciado uma discussão com um deles e, em seguida, começou a agredi-los.
— Ele falou para a gente sair e quando estávamos quase saindo ele veio correndo, pegou a gente e bateu.
Ainda conforme testemunhas, uma mulher teria tentado gravar um vídeo para registrar a agressão, mas foi ameaçada pelo policial. Ela relatou ainda que ele teria sacado uma arma para intimidar as outras pessoas presentes no enterro.
— Quando tentamos fazer o vídeo, eles apontaram a arma para todo mundo.
A PM (Polícia Militar) informou que os dois policiais que estavam no cemitério apenas protegeram os rapazes para que eles não fossem linchados. Além disso, a corporação informou também que um militar também ficou ferido. Já a Seds (Secretaria de Estado de Defesa Social) informou que não irá se pronunciar e que, até o momento, ninguém registrou queixa de abuso de autoridade.
Wesley Fabrício Ribeiro, de 25 anos, trabalhava no Presídio Regional de Montes Claros e foi morto quando estava próximo do trabalho. Ele foi atingido por dois tiros, sendo um deles na cabeça. Até o momento, ninguém foi preso pelo crime e a Polícia Civil está investigando o caso.
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