Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
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Atento à situação política ao seu redor, que emite alguns sinais de
atenção, e sem tirar os olhos da crise federal, o governador Fernando
Pimentel (PT) pediu ontem, durante café da manhã com deputados e
secretários petistas para que não cometam os mesmos erros do governo
Dilma Rousseff (PT), e que mantenham a aliança com os partidos da base,
especialmente o PMDB. Para o governador, o PMDB é a garantia de
governabilidade da presidente Dilma e de sua própria gestão.
O encontro aconteceu no Palácio da Liberdade e reuniu a bancada
estadual do PT de dez deputados e oito secretários petistas. Os erros
apontados pelo governador referiam-se à dificuldade de convivência e
articulação política da presidente e de sua equipe com o PMDB, apesar de
o partido ser bem aquinhoado com sete ministérios. A convivência com o
PT, todos reconhecem, é muito difícil, como já reclamam peemedebistas e
outros aliados na Assembleia Legislativa. “O PT só quer para ele”,
desabafou um deputado do PMDB, que sabe que a dependência e o apoio
mútuo são vitais para ambos os partidos.
Na explanação feita por Pimentel, a crise nacional é mais política do
que econômica, e que a primeira afeta mais a segunda, ampliando a
sensação de pessimismo para além da realidade. Sobre o risco de
impeachment da presidente, disse não acreditar na possibilidade porque
as condições mudaram a favor. A respeito das contas eleitorais da
presidente, avaliou que o Supremo Tribunal Federal deverá barrar a
medida do Tribunal Superior Eleitoral de investigar o que já foi
julgado, ou seja, não se poderia reabrir um processo. Viu também recuo
no depoimento do pivô do escândalo na Petrobras, o doleiro Alberto
Yousseff, de acordo com a acareação feita na quarta-feira (26) na CPI da
Petrobras.
Para concluir, disse que a superação da crise política passa pela
reforma ministerial, com repactuação na relação com a base aliada por
meio da liberação de emendas parlamentares, que, hoje, são até
impositivas.
Pressão provoca efeito
Na Assembleia Legislativa, alguns aliados fora do PT reclamam do
atendimento e já cruzaram os braços; nada foi votado neste mês. Contra
isso, Pimentel prometeu melhorar a interlocução com os deputados, os
prefeitos, servidores e empresários, segundo sua máxima de campanha
eleitoral de que “é preciso ouvir para governar”. Nessa posição, só não
incluiu a imprensa, à qual seus secretários não dão a mínima.
As reclamações já produziram o primeiro efeito na relação com os
deputados. Ainda ontem, o secretário de Governo, Odair Cunha (PT),
esteve na Assembleia para conversar e ouvir os partidos aliados. Na
próxima semana, o secretário da Fazenda, Afonso Bicalho, outra fonte de
reclamação, fará o mesmo.
E os depósitos judiciais?
Fonte do governista garante que, na próxima terça-feira (1), o Banco do
Brasil fará a última reunião para autorizar a liberação dos recursos
dos depósitos judiciais, no valor de quase R$ 6 bilhões do total de R$ 8
bilhões, para o Estado. Ficou acertado que ficarão retidos os 25% do
total para a formação do fundo de reserva mais o valor no qual as
prefeituras mineiras são parte do processo, cerca de R$ 600 milhões.
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