sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Pimentel pede à equipe que não repita os erros de Dilma


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
 

28/08/2015

Atento à situação política ao seu redor, que emite alguns sinais de atenção, e sem tirar os olhos da crise federal, o governador Fernando Pimentel (PT) pediu ontem, durante café da manhã com deputados e secretários petistas para que não cometam os mesmos erros do governo Dilma Rousseff (PT), e que mantenham a aliança com os partidos da base, especialmente o PMDB. Para o governador, o PMDB é a garantia de governabilidade da presidente Dilma e de sua própria gestão.
 
O encontro aconteceu no Palácio da Liberdade e reuniu a bancada estadual do PT de dez deputados e oito secretários petistas. Os erros apontados pelo governador referiam-se à dificuldade de convivência e articulação política da presidente e de sua equipe com o PMDB, apesar de o partido ser bem aquinhoado com sete ministérios. A convivência com o PT, todos reconhecem, é muito difícil, como já reclamam peemedebistas e outros aliados na Assembleia Legislativa. “O PT só quer para ele”, desabafou um deputado do PMDB, que sabe que a dependência e o apoio mútuo são vitais para ambos os partidos.
 
Na explanação feita por Pimentel, a crise nacional é mais política do que econômica, e que a primeira afeta mais a segunda, ampliando a sensação de pessimismo para além da realidade. Sobre o risco de impeachment da presidente, disse não acreditar na possibilidade porque as condições mudaram a favor. A respeito das contas eleitorais da presidente, avaliou que o Supremo Tribunal Federal deverá barrar a medida do Tribunal Superior Eleitoral de investigar o que já foi julgado, ou seja, não se poderia reabrir um processo. Viu também recuo no depoimento do pivô do escândalo na Petrobras, o doleiro Alberto Yousseff, de acordo com a acareação feita na quarta-feira (26) na CPI da Petrobras.
 
Para concluir, disse que a superação da crise política passa pela reforma ministerial, com repactuação na relação com a base aliada por meio da liberação de emendas parlamentares, que, hoje, são até impositivas.
 
Pressão provoca efeito
 
Na Assembleia Legislativa, alguns aliados fora do PT reclamam do atendimento e já cruzaram os braços; nada foi votado neste mês. Contra isso, Pimentel prometeu melhorar a interlocução com os deputados, os prefeitos, servidores e empresários, segundo sua máxima de campanha eleitoral de que “é preciso ouvir para governar”. Nessa posição, só não incluiu a imprensa, à qual seus secretários não dão a mínima.
 
As reclamações já produziram o primeiro efeito na relação com os deputados. Ainda ontem, o secretário de Governo, Odair Cunha (PT), esteve na Assembleia para conversar e ouvir os partidos aliados. Na próxima semana, o secretário da Fazenda, Afonso Bicalho, outra fonte de reclamação, fará o mesmo.
 
E os depósitos judiciais?
 
Fonte do governista garante que, na próxima terça-feira (1), o Banco do Brasil fará a última reunião para autorizar a liberação dos recursos dos depósitos judiciais, no valor de quase R$ 6 bilhões do total de R$ 8 bilhões, para o Estado. Ficou acertado que ficarão retidos os 25% do total para a formação do fundo de reserva mais o valor no qual as prefeituras mineiras são parte do processo, cerca de R$ 600 milhões.

Nenhum comentário: