Defesa Social
Desde o início do ano, 1.085 policiais retornaram ao trabalho; experiência é ponto positivo
Retorno. Policiais da reserva são requisitados pelos comandantes dos batalhões; não há restrição de trabalho
PUBLICADO EM 05/08/15 - 03h00
O governo estadual está convocando policiais militares da reserva para
reforçar o patrulhamento nas ruas e já prevê um aumento do bônus pago a
quem aceitar a “desaposentadoria”. A medida é uma das estratégias da
nova gestão para frear a criminalidade violenta em Minas, em especial os
roubos, que tiveram um aumento de 14,69%, em Belo Horizonte, e de
17,15%, no Estado, na comparação do primeiro semestre deste ano com o
mesmo período de 2014. Segundo o comandante da Polícia Militar mineira,
coronel Marco Antônio Bianchini, 1.085 aposentados já foram reativados
desde o início do ano.
“Os policiais estão sendo requisitados por seus comandantes. Não há
restrição de trabalho, pode ser tanto no administrativo quanto no
operacional. Se o mais velho puder substituir o mais novo no
administrativo para ele ir para a rua, é uma boa medida”, disse
Bianchini. O coronel informou que o limite da PM, pela Lei Estadual
20.533/2012, é de 51.699 militares. O total de servidores na ativa hoje é
de 42 mil.
Veja entrevista com os chefes da Polícia Militar e da Polícia Civil
O retorno dos militares da reserva ao serviço é uma maneira de trazer
mão de obra já qualificada e com experiência para o trabalho, além de
conter o déficit de pessoal acentuado por conta dos constantes pedidos
de aposentadoria – 1.403 neste ano.
A principal medida para atrair os militares aposentados de volta para
as ruas é a oferta de um adicional de salário, hoje em 33% (leia mais ao
lado).
“O governador Fernando Pimentel nos autorizou a aumentar esses 33%
propostos inicialmente para 45%, porque os descontos previstos na lei já
comiam quase tudo, então não era atrativo”, explicou o secretário de
Estado de Defesa Social, Bernardo de Vasconcellos.
Análise. Para
Claudio Beato, coordenador geral do Centro de Estudos de Criminalidade e
Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), a medida ajuda no combate à criminalidade, mas não resolve o
problema. O especialista defende uma “versão adequada” do efetivo que já
se tem.
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