22/09/2015 07:35 - Atualizado em 22/09/2015 07:35
CARLOS HENRIQUE
Plataforma está sendo usada em cinco batalhões da Região Metropolitana de BH e em um de Juiz de Fora
Um sistema baseado na experiência da polícia de Miami é a aposta do
Estado para evitar casos que possam impactar negativamente a imagem da
Polícia Militar (PM) mineira. Em fase de testes, o programa monitora
ocorrências consideradas de risco envolvendo militares. A previsão é a
de que em 2016 todos os batalhões estejam integrados na plataforma
online.
Hoje, cinco unidades da corporação em Belo Horizonte, Contagem, Ibirité
e Betim (todas na região metropolitana) e uma em Juiz de Fora, na Zona
da Mata, estão usando o sistema, hospedado na intranet da PM. Os testes
serão finalizados em dezembro, quando os resultados serão avaliados.
Psicóloga da PM, a tenente Daniela Venâncio explica que o sistema tem
como objetivo identificar precocemente as situações de risco. “A gente
acredita que isso vai minimizar em muito os casos de agravamento das
condutas irregulares”.
DINÂMICA
Pela plataforma, será possível monitorar ocorrências que tenham um dos
sete indicadores de alerta, definidos no chamado Sistema de Alarme
Prévio (SAP), explica o corregedor da PM, coronel Renato Batista
Carvalhais. Entre eles, o uso abusivo de álcool e outras drogas pelo
policial, letalidade, violência doméstica e faltas ao trabalho por
licença de saúde.
“Quando acontece algum desses eventos e é feito o registro de
ocorrência, é disparado um alarme para o chefe desse militar”, detalha
Carvalhais.
Depois disso, o comando estabelece medidas ao policial, que podem
incluir recomendações, como a realização de sessões de terapia, e
obrigações, como a retirada da arma.
A plataforma recebe informações do Sistema Integrado de Defesa Social (Reds) e do departamento de recursos humanos da polícia.
SIGILO
Os dados inseridos no sistema são confidenciais e o acesso a eles é
restrito, destaca Carvalhais. Além do sigilo, as informações não poderão
ser usadas ou resultar em processos administrativos e judiciais.
“Está dentro da questão de saúde. Apesar da corregedoria estar
coordenando esse sistema, ele não é uma ação de correção administrativa,
disciplinar ou jurídica”, frisou o coronel.
Os alertas gerados na plataforma são armazenados em um histórico. Caso o
policial militar seja realocado em outro batalhão, as informações podem
ser consultadas pelo novo comandante dele. Cento e cinquenta pessoas
foram treinadas para esta fase de testes.
AVANÇO
Para o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Ailton Cirilo da Silva, o sistema é
um avanço. “Vem resguardar tanto a imagem da PM quanto da corporação”,
avalia.
A plataforma também irá monitorar o envolvimento em ocorrências
policiais e em processos administrativos disciplinares; em fase
posterior, serão incluídos os processos criminais
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