terça-feira, 13 de outubro de 2015

Rio pede ajuda aos EUA para rastrear fuzis apreendidos

Entre janeiro e agosto deste ano, 244 fuzis foram retirados de circulação pela polícia, um aumento de 38% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo jornal

Policiais do Bope recolhem fuzis apreendidos pela manhã na favela da Rocinha
Policiais do Bope recolhem fuzis apreendidos na favela da Rocinha, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro(Wilton Júnior / AE/VEJA)
De olho na Olimpíada de 2016, os Estados Unidos atenderam ao pedido de ajuda do Rio de Janeiro para rastrear a origem de fuzis apreendidos no estado, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira. A cada dia, um fuzil, em média, foi confiscado entre janeiro e agosto deste ano - só nos primeiros oito meses de 2015, as 244 apreensões representam um aumento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o jornal. Desde 2011, foram 1.285 fuzis retirados de circulação pela polícia.
O DEA (agência americana de combate às drogas) recebeu uma relação com 5.000 armas apreendidas no Rio de Janeiro. Entre elas, há 113 fuzis, 131 pistolas da Argentina e 21 pistolas da Turquia. A ATF (agência americana de repressão a álcool, tabaco, armas de fogo e explosivos) informou que o fuzil Barrett apreendido pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE), em 11 de agosto deste ano, veio de uma loja no Estado americano Arizona. Outra arma, que estava sob o poder do Comando Vermelho na favela do Chapadão, na Zona Norte do Rio, foi comprada, legalmente, por um americano em 2006, no condado de Maricopa. Suspeita-se de que ele tenha pagado 50.000 reais pela arma.
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O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse à Folha que a polícia tem encontrado armas novas com traficantes, o que demonstra, segundo ele, que as quadrilhas estão sendo abastecidas. No entanto, de acordo com Beltrame, as apreensões são em pequena quantidade, o que significa que não há "um senhor das armas no Rio".
A especialista em armas da Organização das Nações Unidas (ONU) para a América Latina e Caribe, Lucía Consoli, disse ao jornal que os fuzis são utilizados pelos traficantes para demonstrar poder "diante da comunidade e dos rivais". "Os traficantes querem mandar o recado de quem manda no território. É violência intimidação e corrupção", disse o mexicano Antonio Mazzitelli, do escritório da ONU contra drogas e crimes, ao jornal.
(Da redação)
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