terça-feira, 6 de outubro de 2015

Um mesmo argumento para oposição e situação


Amália Goulart
Amália Goulart
amaliagoulart@hojeemdia.com.br


06/10/2015

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), tem usado de um mesmo argumento para convencer a oposição e a base governista a não incitarem a saída dele do cargo.
A justificativa em questão é o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). À oposição, Cunha diz que ele é o caminho mais curto para um eventual impedimento da petista. Poderia manobrar no Congresso, utilizar de mais da metade dos deputados que o apoiam para viabilizar qualquer proposta no sentido.
E para a base, a proposta é a mesma, porém, com sentido contrário. Aos governistas, Cunha têm reiterado que está disposto a deixar o caso do impeachment “em banho maria” desde que não ameacem o cargo de presidente que ele ocupa.
E com o mesmo argumento eis que consegue protelar movimentos pela saída do comando da Câmara. “A verdade é que a base e a oposição estão acuadas”, afirmou um parlamentar. “Se houvesse contra a Dilma os mesmos fatos que têm contra Cunha, onde você acha que a presidente estaria agora? Certamente não na Presidência da República”, argumentou outro parlamentar, que não faz parte da base aliada.
O consenso é que, ao menos por enquanto, ninguém vai mexer com Eduardo Cunha. Alguns sustentam que não existe denúncia do Ministério Público contra ele. Outros dizem que a enxurrada de denúncias seria suficiente para tirá-lo do poder. Mas falta coragem para bater de frente com um dos homens mais poderosos do país.
Na semana passada, um grupo de deputados elaborou um documento para pedir explicações a Cunha a respeito de contas secretas que teria mantido na Suíça. Nos bastidores, a maior parte da Câmara acredita que o presidente pode ter culpa no cartório. No entanto, apenas 20 parlamentares assinaram o documento.
“Muitas vezes o esperto perde para a própria esperteza”, complementou um deputado.

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