quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Estado afirma que déficit orçamentário já é de R$ 3 bilhões

Finanças

Anúncio foi feito em reunião na ALMG sobre os resultados das metas fiscais para o segundo quadrimestre de 2015

Dinheiro
De acordo com o representante do governo, no comparativo com o mesmo período em 2015, houve aumento da receita orçamentária de 2,9% e leve queda nos repasses provenientes da União
PUBLICADO EM 26/11/15 - 14h34 - O Tempo
O subsecretário de Planejamento, Orçamento e Qualidade no Gasto, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Ricardo Lopes Martins, afirmou, aos deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que o déficit consolidado ao orçamento do Estado é de R$ 3 bilhões. A informação foi dada em audiência pública, realizada nesta quinta-feira (26/11/15), a pedido do presidente da comissão, deputado Tiago Ulisses (PV), para apresentação do Relatório Fiscal do Estado referente ao 2º Quadrimestre de 2015 e o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
De acordo com o representante do governo, no comparativo com o mesmo período em 2015, houve aumento da receita orçamentária de 2,9% e leve queda nos repasses provenientes da União. “Registramos um aumento das despesas da ordem de 11,6%. Ultrapassamos o índice prudencial com despesas de pessoal, sem, no entanto, atingir o índice máximo”, afirmou. Com relação ao planejamento para o próximo ano, garantiu que há um processo de auditoria de despesas e monitoramento dos gastos para reduzir o déficit.
Cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal
Os parlamentares de oposição que participaram da audiência se mostraram preocupados com os resultados e questionaram a viabilidade do cumprimento da LRF em 2015. Para o deputado Felipe Attiê (PP), os números não fecham. Segundo ele, a situação financeira do Estado é crítica e a folha de pagamento dos servidores só vem sendo honrada por meio do uso dos recursos provenientes dos depósitos judiciais.
“As perspectivas são de piora nas contas públicas e de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Não acredito que o 13º salário seja pago em dia e que o piso salarial da Educação seja cumprido”, alertou. Com relação ao Orçamento de 2016, afirmou que a previsão do déficit deve aumentar de R$ 7 bilhões para R$ 10 bilhões. “Infelizmente, a Secretaria da Fazenda não compareceu à audiência para explicar as razões destes números”, lamentou.
O deputado Gustavo Valadares (PSDB) fez coro às palavras do colega e disse que vem tentando buscar repostas para o que chamou de equívocos do atual governo. De acordo com ele, as soluções apresentadas, até agora, pelo Executivo, foram o aumento dos impostos e a retirada de dinheiro de particulares para pagamento de dívidas. “Nada tem sido feito para que se crie um novo modelo econômico. Os empresários vem sendo afetados com aumento do custo da energia e de outros tributos, o que dificulta alternativas do Estado às commodities e o expõe às crises internacionais”, ressaltou.
Para o parlamentar, se os recursos dos depósitos judiciais forem barrados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), vai ficar difícil o Estado cumprir a folha de pagamento e o 13º salário dos servidores. “Mesmo diante deste cenário, o Estado vem abrindo mão de operações de crédito de obras em andamento”, salientou.

Nenhum comentário: