sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Corrupção e crise política 'travam' o Brasil, diz Fórum de Davos

Pesquisa realizada com 13 mil empresários mostra que 60% deles apontaram o "fracasso da governabilidade" como o maior risco para negócios no país

- Atualizado em
Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
Na avaliação do fórum, o "fracasso na governança mina a competitividade dos países, a criação de empregos e o desenvolvimento econômico"(Reuters/VEJA)
O maior obstáculo para se fazer negócios no Brasil neste ano é o fracasso da governabilidade do país. O alerta é do Fórum Econômico Mundial que, na próxima quarta-feira, inicia seu evento anual na estação de esqui de Davos, na Suíça. Num informe publicado nessa quinta, sobre os maiores riscos globais para o ano, a entidade apontou para a crise política brasileira e a corrupção.
Numa pesquisa realizada com 13.000 empresários, 60% deles indicaram o "fracasso da governabilidade" como o maior risco para se fazer negócios no Brasil hoje. A taxa supera aqueles que consideram a falta de água ou de infraestrutura como os maiores problemas.
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No restante do mundo, porém, a questão da falência da administração pública aparece apenas como o quarto maior risco e é apontado como problema para apenas 27% dos 13.000 entrevistados. Os maiores riscos globais, segundo Davos, seriam a imigração e mudanças climáticas em 2016.
"Fracasso na governança nacional é uma preocupação proeminente na América Latina, especialmente na América do Sul, onde a corrupção e a falta de confiança no funcionamento das instituições estão cada vez mais criando dificuldades para se administrar um negócio", alertou.
O risco, segundo explica a pesquisa, é proveniente da "incapacidade de governar uma nação, o que é a causa ou resultado de fatores como um fraco estado de direito, corrupção, comércio ilegal, crime organizado, impunidade e impasse político".
Outro obstáculo brasileiro e latino-americano é a situação da infraestrutura, considerada ainda como inadequada. Para Davos, novos investimentos no setor poderiam "estimular a economia e fortalecer a resistência da região a riscos globais".
Por fim, a queda nos preços de commodities também se apresenta como um risco numa região que tem suas exportações baseadas em minérios, petróleo ou produtos agrícolas.
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Participantes - A presidente Dilma Rousseff era uma das figuras mais aguardadas no fórum neste ano, já que parte dos 2.500 empresários esperava ouvir da brasileira o que ela pretende fazer para restabelecer a confiança em seu governo. Mas ela acabou cancelando sua viagem e o Brasil, neste ano, desembarca com uma delegação pequena.
O governo brasileiro será representado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho e o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Marcos Vinícius de Souza.
Mais de cinquenta chefes de governo ou Estado estarão neste ano em Davos, entre eles o argentino Mauricio Macri, o mexicano Enrique Pena Nieto, o colombiano Juan Manuel Santos, mas também Alexis Tsipras (Grécia), David Cameron (Reino Unido), Joe Biden (Estados Unidos) e o canadense Justin Trudeau.
(Com Estadão Conteúdo)

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