quinta-feira, 3 de março de 2016

Delcídio cita Lula e Dilma em delação

Lava Jato

A revista IstoÉ teve acesso ao depoimento do senador Delcídio do Amaral à Procuradoria Geral da União


O senador revelou a participação da presidente Dilma para obstruir as investigações da Lava Jato
PUBLICADO EM 03/03/16 - 11h09

O senador Delcídio  do Amaral (sem partido-MS) fez acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República na operação Lava-Jato. A revista IstoÉ teve acesso ao depoimento do ex-líder do governo na Casa, no qual nas 400 páginas ele revela o envolvimento da presidente Dilma Rousseff para tentar obstruir as investigações contra políticos e empreiteiros.
Na delação, o senador citou também o nome do ex-presidente Lula e contou mais detalhes sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras. Além disso, Delcídio contou que Dilma Rousseff interferiu três vezes na Lava Jato por meio do judiciários. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou.
Uma das intervenções da presidente foi nomeação do desembarcador Marcelo Navarro para o Supremo Tribunal de Justiça (STF), pois ele cuidaria dos  "habeas corpus e recursos da Lava Jato". Ainda segundo o senador, essa estratégia foi discutida com Dilma, no Palácio da Alvorada, e que a tarefa destinada a ele seria convencer Navarro de firmar um compromisso de soltura dos empreiteiros Marcelo Odebrechet e Otávio Marques de Azevedo.
Delcídio  confirmou que entrou o desembarcador no térreo do Palácio do Planalto, o pode ser comprovado pelas câmeras de segurança. Navarro cumpriu a orientação, mas foi voto vencido no STF
Entenda mais
O ex-ministro da Justiça, Cardozo, deixou o cargo nesta semana alegando sofrer pressões do PT para interferir na Lava Jato. Ele foi nomeado por Dilma para a Advogacia Geral da União (AGU).
O senado Delcídio do Amaral foi preso no dia 25 de novembro de 2015 acusado de tentar atrapalhar as investigações sobre irregularidades de contratos da Petrobras, e solto dia 19 de fevereiro.

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