segunda-feira, 14 de março de 2016

Fatores de risco para Dilma: base e tribunal eleitoral

Amália Goulart
Amália Goulart
amaliagoulart@hojeemdia.com.br


14/03/2016

Após a saída às ruas o que de concreto isso significa? Bem, os protestos são uma forma de pressão popular muito válida. Dizem o que o povo quer e espera. Mas, quem pode atender ao povo?
A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), já disse em alto e bom som que não renuncia. A oposição não tem maioria no Congresso.
A chave da derrota de Dilma tem dois segredos. O primeiro deles são as legendas aliadas.
Os partidos da base são irrigados por R$ 438 bilhões (orçamentos dos ministérios entregues a gestões de filiados a partidos políticos em 2015). São eles que garantiriam, na visão de aliados ao Palácio do Planalto, a derrocada do processo de impeachment da presidente em tramitação no Congresso.
Sem maioria na Câmara e no Senado, Dilma viveria dias bem piores. Por isso, o Planalto luta por manter as siglas na órbita.
E, por isso mesmo, a oposição busca convencer os hoje aliados palacianos a abandonarem o barco. Usam como instrumento a voz das ruas, que é a justificativa apresentada para provocar a debandada.
O segundo segredo da chave é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte analisa as contas de campanha de Dilma. Mas, não deve tomar resultados até meados do ano.
Mercado
Ao analisar estatísticas e prognósticos para o Brasil, o mercado financeiro trabalha com dois cenários: um com Dilma, o outro sem ela.
Errou
Na noite da última sexta-feira um blog fake da Web Justiça publicou matéria informando que a juíza Maria Priscila Veiga Oliveira, responsável por julgar a possível prisão preventiva contra o ex-presidente Lula, havia decidido negar todos os pedidos do Ministério Público de São Paulo. Desta forma, negou o pedido de prisão e não recebeu a denúncia.
O deputado estadual mineiro Rogério Corrêa (PT), bem como alguns advogados, se apressaram em compartilhar, nas redes sociais, a notícia. Só que não. Era tudo mentira. O blog era uma versão mentirosa do autêntico, criada para dar a notícia falsa.
Pela lei
O Tribunal de Justiça de são Paulo publicou uma nota que diz que a juíza precisa de tempo para analisar os pedidos do Ministério Público. Diz a nota: "Neste momento saliento que o processo apresentado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo possui 36 volumes, ainda não findo o processo de digitalização, e já existem habilitações de procuradores de alguns denunciados, e para a análise da viabilidade da acusação, bem como dos pedidos cautelares formulados, necessária a detida apreciação de todo o material apresentado, o que demandará algum tempo".
A expectativa de juristas é a de que uma decisão da juíza pode levar cerca de uma semana para sair.
No fim da nota, a juíza diz que o processo "terá seu curso no estrito termo da lei". A maior crítica da situação, e até da oposição, é a de que o pedido dos promotores não ateve-se à lei...

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