VIOLÊNCIA NO ESTADO
Dados da Seds também apontaram queda de 11,61% no número de homicídios em BH comparado ao mesmo período de 2015; em contrapartida, houve aumento de mortes em Ribeirão das Neves e Contagem
Belo Horizonte teve queda de 11,61% de redução em homicídios
Jejum de novas obras provoca desemprego massivo no setor
PUBLICADO EM 30/03/16 - 18h19
Mais de 12 pessoas foram assassinadas por dia apenas no primeiro
bimestre de 2016 em Minas Gerais. Os dados foram divulgados nesta
quarta-feira (30) pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Por
outro lado, em Belo Horizonte houve queda de 11,61% no número de
homicídios, totalizando 99, contra 112 do mesmo período de 2015.O Estado teve 749 vítimas de homicídios, o que significa média de 12,5 mortes por dia. No ano passado, o número foi 1,49% menor, com 738 assassinatos.
O levantamento apontou que 410 casos aconteceram em janeiro, e 339 em fevereiro. A cidade com aumento no número de homicídios foi Sete Lagoas, na região Central do Estado, com 21 mortes contra 10 do ano passado, o que equivale a 110%.
Em segundo lugar aparece Ribeirão das Neves, na Grande BH, com 33 assassinatos, 11 a mais do que no ano anterior, com alta de 50%. Em terceiro está Contagem, também na região metropolitana, com 49 assassinatos, contra 44 de 2015, aumento de 11,36%. Uberaba, no Triângulo Mineiro, Governador Valadares, na região do Rio Doce, Montes Claros, no Norte de Minas, e Poços de Caldas, no Sul do Estado também tiveram elevação.
Em contrapartida, dos municípios da Grande BH, Betim teve um resultado expressivo na redução de homicídios. O primeiro bimestre fechou com 37 mortes, 18 a menos do que as 55 registradas em 2015. Santa Luzia teve 50% na redução de casos, uma vez que foram registrados 8 assassinatos, contra 16 do ano anterior. Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas, e Varginha, no Sul, e Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, também apresentaram queda.
Número de homicídios cai em BH
Belo Horizonte segue na queda de casos de assassinatos, fato que acontece desde o início de 2015. No ano passado, a capital teve uma queda de 22,42% no número de vítimas de homicídios em relação a 2014: foram 609 contra 785, 76 pessoas mortas a menos.
No total, a região metropolitana, levando em conta também os dados de BH, manteve tendência na queda de mortes. Enquanto em 2015 foram 326 assassinatos, neste primeiro semestre 302 pessoas morreram, 18 a menos, o que representa uma redução de 5,63%.
“O aumento na apreensão de armas de fogo é um ponto que vem ajudando na diminuição de homicídios em Belo Horizonte, levando em conta que cerca de 70% dos crimes são cometidos com elas. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, a Polícia Militar apreendeu 3.769 armas em Minas”, explicou o chefe da Sala de Imprensa da Polícia Militar, capitão Flávio Santiago.
Segundo o militar, a polícia vem trabalhando constantemente para que a redução também ocorra em todo o Estado. “Para nossa corporação toda vida é importante. No entanto, esse aumento de 1,49%, estatisticamente, é considerado uma estabilização”, disse.
Em relação ao aumento de assassinatos em Ribeirão das Neves e Contagem, o capitão explica que a facilidade de fuga pode ser um dos motivos para a elevação dos números. “São duas cidades que oferecem como rota de fuga as rodovias. Para o bandido isso ajuda. Mas volto a destacar que estamos intensificando os trabalhos para que esses dados também mudem”.
Outro ponto destacado pelo capitão foi a fragilidade das leis. “Apenas em 2016, quase cinco mil pessoas foram presas mais de uma vez. A ação da PM é importante, mas só não acontece em uma performance melhor por causa do sistema. O bandido é preso, solto e preso outra vez. Isso faz com que ele tenha a sensação de impunidade", finalizou.
A reportagem de O TEMPO também procurou um representante da Polícia Civil para comentar os dados da Seds, mas o delegado não poderia falar no fim da tarde desta quarta, segundo a assessoria de imprensa da corporação.
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