quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Assembleia suspende sessão que define futuro de Pimentel

Orion Teixeira / 17/11/2016 - 06h00 - Hoje em Dia

Por conta dos tumultos deste ontem e do segredo de justiça que carimba alguns documentos do processo, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes (PMDB), deverá suspender as sessões que discutirão o futuro do governador Fernando Pimentel (PT). Acompanhado de deputados, Adalclever esteve, ontem, em Brasília, para consultar o ministro relator do processo, Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sobre a quebra de sigilo dos documentos. Não foi recebido, mas assessor dele prometeu resposta para hoje. Até lá, as sessões do processo contra o governador ficam suspensas.
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O STJ pediu à Assembleia, como determinou sua Corte Especial, autorização para processar o governador por irregularidades supostamente ocorridas no período em que ele foi ministro do Desenvolvimento Econômico, entre os anos de 2011 e 2014. O prazo para a votação termina, em tese, no dia 23 de novembro. Outro motivo da suspensão foram os tumultos da primeira sessão realizada ontem no plenário da Assembleia sobre o caso. 
Os deputados de oposição, que são minoria (22), tentaram impedir na marra a realização da sessão, para atrasar o processo e ganhar tempo. Gritaram aos microfones e insuflaram as galerias, que estavam cheias de servidores, a maioria da reserva da Polícia Militar, que faziam apitaço. Foi um circo lamentável. 
O primeiro-secretário da Assembleia, Ulisses Gomes (PT), levou a sessão no gogó e leu o parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Resultado, a sessão ficou valendo, mas, em seguida, foi interrompida por conta da confusão. Ao final, já fora do plenário, o deputado Paulo Guedes (PT) foi agredido com pescoções e pedaços de pau por grupo de manifestantes. Foi resgatado por policiais militares e do Legislativo. Restam agora cinco sessões antes da votação final se mantido o calendário. Hoje, a segunda deveria ser de debates. Se foi tumultuada a de ontem, imagine com discussões e apartes.
Dia de cão nos Legislativos
A quarta-feira foi um dia de cão nos Legislativos, especialmente, em outros dois, além do de Minas. Em Brasília, um grupo invadiu o plenário da Câmara dos Deputados, quebrando tudo e aos gritos de “Sérgio Moro” e até de “intervenção militar”. Acabaram presos. No Rio de Janeiro, servidores públicos estaduais protestaram diante da Assembleia Legislativa contra pacote de redução de despesas e corte de salários. Houve confrontos e tumulto. 

Bem-me-quer, malmequer
O governador Fernando Pimentel deve escolher, hoje ou amanhã (18), o futuro chefe do Ministério Público mineiro. Na sexta-feira passada (11), foi definida, em eleição, pelos promotores e procuradores, a lista tríplice. Os dois mais votados foram Jarbas Soares (572 votos) e Antônio Sérgio Tonet (562). Desses, o mais cotado na corte é o do segundo colocado, já que o nome do primeiro sofre grandes resistências no governo mineiro por suas supostas ligações com os tucanos. 
Durante os doze anos do tucanato, os candidatos de seu grupo sempre eram escolhidos mesmo que não conquistassem o primeiro lugar. Desta vez, quando Soares conquista o primeiro lugar, o preferido do governo é exatamente o segundo colocado. 

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