Cabo Fábio estava sozinho na cela e usava camisa, short e chinelos. O corpo foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) no final da tarde de ontem. O enterro será hoje à tarde, em Santa Luzia.
A Polícia Militar nega que tenha havido falha na segurança. Segundo o assessor de imprensa da corporação, tenente-coronel Alberto Luiz Alves, exames psicológicos feitos no policial no dia da prisão não indicavam qualquer anormalidade no comportamento dele.
A Polícia Militar nega que tenha havido falha na segurança. Segundo o assessor de imprensa da corporação, tenente-coronel Alberto Luiz Alves, exames psicológicos feitos no policial no dia da prisão não indicavam qualquer anormalidade no comportamento dele.
O militar havia feito aniversário na última quarta-feira, mesmo dia em que foi preso. De acordo com o comando, ele foi encontrado amarrado ao registro do banheiro da cela. "Ele estava sozinho na cela. Se alguém tentasse violar a cela, seria visto. Isso não ocorreu", afirmou o chefe da assessoria de comunicação da Polícia Militar tenente-coronel Alberto Luiz Alves.
O policial usava short, camisa e chinelo. A morte foi descoberta, ontem, às 7h30, quando os policiais que fazem a guarda do batalhão foram levar o café da manhã ao preso. O perícia da Polícia Civil foi acionada para investigar as circunstâncias.
Um cunhado de Oliveira também esteve no 1º batalhão e acompanhou os trabalhos de apuração da polícia. No local, chegou-se a cogitar a hipótese de que o policial teria deixado uma carta. No entanto, nem a polícia nem o advogado que o representava confirmaram a existência do documento. O policial era separado e deixou uma filha de 14 anos e um filho de 21.
Conversa com advogado
Horas antes de ter sido encontrado morto, o cabo Fábio de Oliveira havia se encontrado com o seu advogado para discutir as medidas cabíveis para a revogação da prisão. O encontro foi no fim da tarde de quinta-feira, depois de o militar ter tomado banho de sol e recebido a visita de familiares. Segundo o advogado Ricardo Guimarães, ele não demonstrava nenhum comportamento alterado. "Ele estava sozinho numa cela, isolado, conversei com ele por algum tempo e no momento em que estive lá o encontrei muito tranquilo, consciente de tudo. Tratamos dos procedimentos que nós iríamos adotar no caso dele para revogar a sua prisão preventiva", explicou o advogado. "Quem suicidou foi um cabo da PM com 23 anos de serviços, um policial que nunca teve nenhuma punição que sujeitasse esse constrangimento".
Horas antes de ter sido encontrado morto, o cabo Fábio de Oliveira havia se encontrado com o seu advogado para discutir as medidas cabíveis para a revogação da prisão. O encontro foi no fim da tarde de quinta-feira, depois de o militar ter tomado banho de sol e recebido a visita de familiares. Segundo o advogado Ricardo Guimarães, ele não demonstrava nenhum comportamento alterado. "Ele estava sozinho numa cela, isolado, conversei com ele por algum tempo e no momento em que estive lá o encontrei muito tranquilo, consciente de tudo. Tratamos dos procedimentos que nós iríamos adotar no caso dele para revogar a sua prisão preventiva", explicou o advogado. "Quem suicidou foi um cabo da PM com 23 anos de serviços, um policial que nunca teve nenhuma punição que sujeitasse esse constrangimento".
Manifestação e crítica
O corpo do cabo Fabio de Oliveira sequer havia sido removido da cela onde foi encontrado quando a notícia de sua morte deu origem a protestos de militares em frente ao 1º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Santa Efigênia, região Leste da capital. O principal alvo era o secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, que havia criticado a ação dos militares no aglomerado da Serra e taxado os militares de "bandidos fardados".
O deputado estadual Sargento Rodrigues, ex-policial, criticou a declaração. "Tem muita gente fazendo papel de juiz. Ninguém pode ser chamado de bandido sem o devido processo legal. Precisamos ter cautela e responsabilidade. Esse fato (suicídio) é a resposta da pressão psicológica em cima do cabo", criticou. (Douglas Couto)
Familiares do cabo Fabio de Oliveira contestaram a versão de suicídio apresentada pela Polícia Militar. Segundo parentes, o policial tinha orgulho da profissão e não seria capaz de tirar a própria vida. "Ele jamais faria isso. Era um homem que sempre teve a cabeça no lugar. Na minha opinião, pode ter havido alguma coisa a mais", afirmou a cunhada no militar, Adriana de Oliveira.
Outro cunhado de Fabio, o empresário Rogério de Oliveira foi ao 1º Batalhão da PM assim que soube do ocorrido. Revoltado, ele atribuiu a culpa pela morte do militar ao governo estadual. Para o empresário, o secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, foi "ignorante" ao chamar de "bandidos fardados" os policiais envolvidos nas mortes no aglomerado da Serra.
"A culpa é do Estado, que antecipou a condenação dele, e a responsabilidade é do secretário, que taxou um homem honesto de bandido e colocou atrás das grades uma pessoa que não suportaria jamais ficar longe da família".
Oliveira destacou ainda que Fabio era um profissional exemplar e estava na polícia há mais de 20 anos. "Ele sempre foi uma pessoa digna e, até agora, ninguém tinha nada para falar contra ele. De uma hora para outra, ele virou bandido".
Oliveira lamentou o fato de o militar ter sido, segundo ele, execrado, pela opinião pública. "Agora não interessa se ele era inocente ou culpado. Acontece é que vou ter que enterrá-lo. Condenaram um inocente".
A mãe do cabo, a aposentada Geralda do Nascimento, mora em Vitória (ES) e deve chegar hoje a Belo Horizonte para o enterro. Ela disse não acreditar que o filho possa ter cometido algum crime que comprometesse seu trabalho.
Investigações
- Sgt Wellington - Colaborador
O deputado estadual Sargento Rodrigues, ex-policial, criticou a declaração. "Tem muita gente fazendo papel de juiz. Ninguém pode ser chamado de bandido sem o devido processo legal. Precisamos ter cautela e responsabilidade. Esse fato (suicídio) é a resposta da pressão psicológica em cima do cabo", criticou. (Douglas Couto)
Família contesta versão de suicídio dada pela polícia
Parentes do cabo Fábio, encontrado morto em batalhão, dizem que militar jamais daria cabo da própria vida
Publicado no Super Notícia em 26/02/2011
DOUGLAS COUTO E GABRIELA SALES
falesuper@supernoticia.com.br
FOTO: ALEX DE JESUS
Rogério de Oliveira, cunhado do cabo Fábio, acusa Estado de ter chamado o PM de bandido
Outro cunhado de Fabio, o empresário Rogério de Oliveira foi ao 1º Batalhão da PM assim que soube do ocorrido. Revoltado, ele atribuiu a culpa pela morte do militar ao governo estadual. Para o empresário, o secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, foi "ignorante" ao chamar de "bandidos fardados" os policiais envolvidos nas mortes no aglomerado da Serra.
"A culpa é do Estado, que antecipou a condenação dele, e a responsabilidade é do secretário, que taxou um homem honesto de bandido e colocou atrás das grades uma pessoa que não suportaria jamais ficar longe da família".
Oliveira destacou ainda que Fabio era um profissional exemplar e estava na polícia há mais de 20 anos. "Ele sempre foi uma pessoa digna e, até agora, ninguém tinha nada para falar contra ele. De uma hora para outra, ele virou bandido".
Oliveira lamentou o fato de o militar ter sido, segundo ele, execrado, pela opinião pública. "Agora não interessa se ele era inocente ou culpado. Acontece é que vou ter que enterrá-lo. Condenaram um inocente".
A mãe do cabo, a aposentada Geralda do Nascimento, mora em Vitória (ES) e deve chegar hoje a Belo Horizonte para o enterro. Ela disse não acreditar que o filho possa ter cometido algum crime que comprometesse seu trabalho.
Investigações
- Sgt Wellington - Colaborador
Nota de Falecimento
Comunicamos o falecimento ocorrido nesta data (25fev11) do CB PM Fábio de Oliveira, Btl Rotam, o corpo será velado no velório 5 a partir das 22h no cemitério Belo Vale, situado à Av. A, nº20/Bairro Belo Vale em Santa Luzia. O sepultamento foi marcado para o dia 26fev11 as 15h.
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