quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Stallone pagou para ter “atendimento VIP” ao passar pelo Galeão, diz PF - Três policiais federais são apontados pela polícia como responsáveis pelo esquema

Do R7 | 01/09/2011 às 14h45
Divulgação/Os Mercenários
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Ator gravou Os Mercenários em Angra dos Reis e passou pelo Galeão sem pagar tributos
Três policiais federais são apontados pela Polícia Federal como responsáveis por fazer “atendimento VIP” a passageiros que desembarcavam no aeroporto do Galeão vindos do exterior. Aos suspeitos, os passageiros pagavam propina entre US$ 300 (R$ 480) a US$ 500 (R$ 790) para não pagar impostos à Receita Federal na entrada de mercadorias ou obter vantagens nos procedimentos de imigração. Segundo a PF, o ator americano Sylvester Stallone, que esteve no Rio de Janeiro em julho do ano passado, foi um dos beneficiados. O ator passou pelo Estado para gravar o filme Os Mercenários. Os detalhes do "atendimento" dado ao ator não foram revelados.

A reportagem do R7 está tentando contato com a produtora que trouxe o ator para Rio. Nesta quinta-feira (1º), o MPF denunciou à Justiça do Rio de Janeiro 17 pessoas - 15 servidores da Receita Federal e os três policiais federais - envolvidas em um esquema de contrabando no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, zona norte do Rio. A quadrilha foi desarticulada pela PF na manhã desta quinta.
Segundo o superintendente-adjunto da Receita Federal no Rio de Janeiro, Marcos Vinícius Vidal Pontes, os servidores ainda estão na condição de investigados e não foram presos. Ele ressaltou que alguns deles trabalhavam no Galeão há mais de dez anos.

- Alguns servidores já respondiam a processos administrativos. Dois servidores pediram aposentadoria. Alguns atuam há muitos anos, dez, 20 anos. Vários já estão em outras funções, em outros aeroportos.

Os servidores e os policiais denunciados foram flagrados em um esquema de sonegação de impostos que pode ter causado prejuízos de até R$ 148 milhões por ano ao Fisco. Escutas telefônicas e imagens revelaram a liberação da entrada de mercadorias no país sem o pagamento de tributos. Empresários, pessoas físicas e funcionários terceirizados que trabalham no Galeão também participam da quadrilha, segundo a PF.

No total, 22 pessoas serão indiciadas por contrabando, descaminho, facilitação, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. A Polícia Federal cumpriu nesta manhã 39 mandados de busca e apreensão de dinheiro em espécie, documentos, computadores, mercadorias e joias. Até as 13h, a PF não havia divulgado o total apreendido.
Enquanto os três policiais federais envolvidos no esquema foram afastados do aeroporto, a maioria dos 12 agentes da Receita continua atuando no Galeão ou em outros terminais. Todos vão responder a processos administrativos.
Nova lei penal
Segundo o delegado da Polícia Federal Marcelo Freitas, o pedido de prisão de todos os integrantes da quadrilha foi negado pela Justiça Federal com base na nova lei das cautelares, que restringe as condições para que um suspeito possa ser preso preventivamente.

- O afastamento foi pedido ao Poder Judiciário. Do ponto de vista criminal, a intenção da polícia era que estivessem todos presos. Mas, em cumprimento à nova lei das cautelares, a Justiça não decretou a prisão.
Produtos eletrônicos, de informática e roupas, a maioria vindos de Miami, eram enviados ao Brasil sem serem submetidos ao raio X pelos Correios ou por meio de mulas, passageiros que tinham a função específica de trazer as mercadorias.
Em março deste ano, dois passageiros foram presos em flagrante sonegando R$ 1 milhão em produtos que não passaram pela fiscalização da Receita. Embora tenham sido presos, eles respondem ao processo em liberdade.
Questionado porque os servidores que facilitaram a entrada dos dois passageiros presos também não foram detidos, Freitas esclareceu que naquele momento “não era possível saber quem tinha facilitado” a entrada dos produtos sem o pagamento de impostos.
No total, cem pessoas estariam envolvidas no esquema, incluindo empresários e empregados terceirizados que trabalham no Galeão.
Fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/stallone-pagou-para-ter-atendimento-vip-ao-passar-pelo-galeao-diz-pf-20110901.html
 

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