sábado, 3 de setembro de 2011

Tenente-coronel de SC é afastado depois de ofender delegado e promotor

Durante as conversas, Kumlehn criticou delegados e intensificou briga entre as polícias no Estado

Fábio Bispo
@fabiobispo_nd
Florianópolis

Divulgação/PM/ND
Coronel sugeriu que delegado e promotor mantinham relações sexuais

As declarações preconceituosas e homofóbicas do tenente-coronel Rogério Luiz Kumlehn, gravadas anonimamente durante uma reunião com subordinados em Jaraguá do Sul, acirraram a briga institucional entre as polícias Militar e Civil. O teor do áudio, atribuído ao comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, ofende diretamente delegados e um promotor da cidade, com palavras de baixo calão.
Após a divulgação do conteúdo do áudio, na manhã desta terça-feira (16), o secretário de Segurança Pública César Grubba oficializou a exoneração do comandante, que deve ser transferido para função administrativa em Florianópolis.
As gravações foram feitas com um telefone celular e encaminhadas à Delegacia Regional de Polícia de Jaraguá do Sul e ao promotor de Justiça Márcio André Cota, há cerca de dez dias. Na última semana, o texto foi publicado na rede interna da Polícia Civil e distribuído a todos os delegados do Estado.
Em alguns trechos, Kumlehn conta aos outros policiais militares que recebeu um ofício assinado por quatro policiais civis, e comenta que “o delegado é a quinta essência do cocô do cavalo do bandido”. Na mesma conversa Kumlehn insinua, de forma pejorativa, que o delegado Adriano Spolazor mantém relações homossexuais com o promotor Márcio André Cota.
Fonte: http://noticiadacaserna.blogspot.com/
 
Em nota oficial, Grubba tratou o caso como “isolado”. Como medita cautelar, além da exoneração, determinou imediatamente a abertura de IPM (Inquérito Policial Militar) para apurar a conduta do oficial.
Kumlehn disse que desconhece a formalidade da gravação e não quis comentar se foi traído. “O comandante geral já tomou a decisão que tinha que tomar, cabe a mim acatar”, afirma. Ele deve assumir função na 1a Região da PM.

Fernando Mendes/ND
Hendges apresentou denúncias contra a PM e chamou de
 "aberração jurídica" atuação dos militares

Delegados repudiam declarações

Mais de 30 delegados da região da Grande Florianópolis se reuniram na tarde de ontem, na Capital, para se manifestarem contra a postura do oficial da Polícia Militar e discutir as interferências da Polícia Militar nos trabalhos da Polícia Civil. “Isso não é algo pontual, está institucionalizado na PM”, desabafou Renato Hendges, presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina).

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