Eles serão levados para a Penitenciária Federal de Campo Grande.
Penitenciária tem ala reservada para ex-policiais ou policiais acusados.
Juíza Patrícia Acioli foi morta a tiros na porta de casa
, em Niterói. (Foto: Reprodução / TV Globo)
, em Niterói. (Foto: Reprodução / TV Globo)
O tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira e o tenente Daniel
Santos Benitez Lopes serão transferidos para a Penitenciária Federal
de Campo Grande (MS). A informação foi confirmada nesta quarta-feira
(14) pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao
Ministério da Justiça. Os dois são acusados de participar do assassinato da juíza Patrícia Acioli.
O crime aconteceu no dia 11 de agosto, quando Patrícia Acioli chegava em casa, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. Ela foi atingida por 21 tiros.
O departamento não soube informar a data da transferência, que poderá
ser realizada em aeronave da Polícia Federal ou da Força Aérea
Brasileira. Dentre os quatro presídios federais de segurança máxima,
Campo Grande é o único com ala reservada para ex-policiais ou policiais
acusados, que devem ser mantidos separados dos demais por risco de
eventuais ameaças.
O pedido de transferência, feito pela da 3ª Vara Criminal de Niterói,
foi autorizado pela Justiça Federal. Com capacidade para 208 presos, a
Penitenciária Federal de Campo Grande abriga hoje aproximadamente 150
pessoas. As celas são individuais e os corredores são monitorados
permanentemente por câmeras de segurança. Todos os presos são enviados
para lá temporariamente, nunca cumprindo toda a pena determinada pela
Justiça. Nos primeiros dez dias, todos que chegam passam por uma
triagem, que inclui exames médicos e psicológicos. Nesse período, não
têm direito de receber familiares, apenas visitas de advogados.
Acusados serão julgados pelo júri popular
Na segunda-feira (12), o Tribunal de Justiça decretou que todos os 11 policiais militares acusados de participar da morte da juíza Patricia Acioli sejam julgados pelo júri popular. A decisão foi do juiz da 3ª Vara Criminal de Niterói, Peterson Barroso Simão. Os advogados que fazem a defesa dos PMs disseram que vão entrar com recurso contra a decisão.
Na segunda-feira (12), o Tribunal de Justiça decretou que todos os 11 policiais militares acusados de participar da morte da juíza Patricia Acioli sejam julgados pelo júri popular. A decisão foi do juiz da 3ª Vara Criminal de Niterói, Peterson Barroso Simão. Os advogados que fazem a defesa dos PMs disseram que vão entrar com recurso contra a decisão.
Os 11 réus respondem por homicídio triplamente qualificado e por
formação de quadrilha armada, já que também são acusados de ficar com o
espólio do tráfico de drogas - armas e dinheiro apreendidos durante
operações em favelas de São Gonçalo. Apenas o PM Handerson Lents, do
batalhão de Niterói, não é acusado pelo segundo crime, pois segundo as
investigações, ele não pertencia à quadrilha, somente teria conduzido,
um mês antes do fato, três PMs à residência da vítima, com o objetivo de
identificar e apontar o local.
“Alguém matou uma Juíza. Muito mais que Juíza – um ser humano, mulher,
mãe e cidadã. A apuração da responsabilidade penal é a razão deste
processo”, ressaltou o juiz na decisão.
O juiz também determinou que o policial Jefferson Aráujo, preso na
Divisão Antissequestro, seja transferido para um presídio de segurança
máxima no Rio. Ele foi um dos réus que aceitou a delação premiada. No
entanto, durante o depoimento prestado à Justiça em novembro, ele mudou de versão e negou as informações contidas em sua delação.
O advogado do ex-comandante Cláudio Oliveira, Manuel de Jesus Soares,
informou que pretende entrar com um recurso para revogar as duas
decisões da Justiça. A defesa do PM Sammy Quintanilha, o advogado
Anderson Yuji Ito, também disse que vai recorrer da decisão.
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PMs negam acusação
Apenas o PM Sérgio Costa Júnior, o primeiro a aceitar o benefício da delação premiada, confessou sua participação no crime. Os outros 10 PMs envolvidos negam as acusações. Em 18 de novembro, após cinco dias de sessões sobre o caso, o juiz Peterson Barroso Simão encerrou as audiências de testemunhas e réus envolvidos no caso.
Apenas o PM Sérgio Costa Júnior, o primeiro a aceitar o benefício da delação premiada, confessou sua participação no crime. Os outros 10 PMs envolvidos negam as acusações. Em 18 de novembro, após cinco dias de sessões sobre o caso, o juiz Peterson Barroso Simão encerrou as audiências de testemunhas e réus envolvidos no caso.
“Tenho que examinar a conduta individual de cada acusado para proferir a
sentença correta”, disse o juiz na ocasião, acrescentando que o MP já
havia solicitado pela segunda vez a transferência dos PMs presos para
presídios fora do estado do Rio.
Na delação premiada, o PM Sérgio Costa Júnior afirmou que ele e o
tenente do 7º BPM (São Gonçalo), Daniel Benitez, foram os autores dos
disparos que mataram a juíza. Ele disse também que o então comandante do
batalhão, Claudio Oliveira, foi o mentor do crime. Benitez optou em
ficar silêncio durante a audiência, realizada em 17 de novembro.
Relembre o casoA juíza Patrícia Acioli foi morta
no dia 11 de agosto, com 21 tiros, quando chegava em sua casa, em
Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A juíza tinha um histórico de condenações contra criminosos que atuavam
em São Gonçalo. Entrem os alvos investigados por ela, estavam
quadrilhas que agem na adulteração de combustíveis e no transporte
alternativo, entre outros crimes.
Investigações apontam que a ordem para o crime teria sido do
tenente-coronel Cláudio Oliveira, na época comandante do batalhão de São
Gonçalo, cidade onde Patrícia atuava como juíza criminal.
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