PROVOCAÇÃO
Proibição deve durar até a cidade de aproximadamente 4.000 habitantes construir seu cemitério próprio
15/03/2012 20h31
DA REDAÇÃO - OTempoOnLine
FOTO: REPRODUÇÃO
Enquanto a prefeitura não recebe a permissão para construir o cemitério, a solução foi banir a morte
Na cidade italiana de Falciano del Massico, a morte pode até bater na
porta, mas os moradores não podem abri-la de jeito nenhum. Isso porque o
prefeito da localidade (que fica a cerca de 50 km de Nápoles, no sul da
Itália) emitiu um decreto no início deste mês que proíbe a população de
"ultrapassar os limites da vida terrena para ir para a outra vida".
A proibição deve durar até a cidade de aproximadamente 4.000 habitantes
construir seu cemitério próprio, afirma o prefeito Giulio Cesare Fava,
que é médico.
Os moradores de Falciano del Massico dividiam o cemitério com os da
vizinha Carinola (de quem se tornou autônoma em 1964), mas o local está
cheio, e os dirigentes das duas cidades não conseguiram chegar a um
acordo sobre a expansão."Os antigos administradores planejaram um
projeto enorme que não pôde ser realizado. Acabou ocorrendo a saturação
do antigo cemitério. Não há mais lugares disponíveis, e os cidadãos
protestaram, então eu publiquei o decreto", disse o prefeito,
ressaltando que a decisão é uma provocação.
Para a maioria dos moradores de Falciano del Massico, é um absurdo a
cidade não ter cemitério próprio, o que os força a enterrar seus
parentes nas localidades próximas, e não mais no de Carinola, fazendo
com que muitos familiares sejam sepultados em locais diferentes.
Ao mesmo tempo, eles brincam com a decisão do prefeito. "Eu fico
imaginando quantas pessoas pedirão cidadania aqui, já que você não pode
morrer. É um lugar lindo, você pode ter uma vida muito longa, uma vida
eterna. Seria ótimo", disse Antonio Scarano.
Enquanto a prefeitura não recebe a permissão para construir o
cemitério, a solução foi banir a morte. Desde que o documento foi
publicado, dois moradores não respeitaram as ordens. Porém, nem eles nem
seus familiares deverão ser punidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário