Estudo diz que privação de oxigênio durante o sono eleva chances do problema
Por Minha Vida
Pessoas com apneia do sono, distúrbio que provoca ronco e perigosas pausas na respiração durante a noite, podem ser duas vezes mais propensas a morrer de câncer do que aqueles que dormem profundamente. Os resultados são da La Fe University, na Espanha, e foram revelados essa semana no congresso European Respiratory Society, em Viena.
Os autores estudaram mais de
5.600 pacientes de clínicas do sono, sendo que nenhum deles tinha
qualquer tipo de câncer. Eles analisaram a quantidade de oxigenação do
sangue dos participantes durante a noite e quantos apresentavam
episódios de hipoxemia ? quando a quantidade de oxigênio no sangue fica
abaixo dos 90%. Após sete anos de pesquisa, os cientistas concluíram que
quanto maior o grau de hipoxemia, maior era o risco de a pessoa receber
um diagnóstico de câncer.
De acordo com os pesquisadores,
aqueles que passaram mais de 14% do seu sono com provação de oxigênio
tinham o dobro do risco de sofrer um câncer fatal do que aqueles sem
apneia do sono. Os médicos aconselham os pacientes a receber tratamento,
porque a manutenção dos níveis de oxigénio durante a noite pode reduzir
o risco de desenvolvimento de câncer e outras doenças relacionadas.
Apneia não tem cura, mas pode ser controlada
Roncar e ter falta de ar
enquanto dorme não é normal. Esses sintomas podem indicar a Síndrome da
Apneia Obstrutiva do Sono. "A doença diminui a qualidade de vida da
pessoa e aumenta a taxa de mortalidade, visto que pode favorecer o
aparecimento de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e obesidade",
alerta Lia Bittencourt, coordenadora médica do Instituto do Sono e
professora de Medicina e Biologia do Sono da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp).
Fique de olho!
Alguns fatores de risco para
apneia são: ser do sexo masculino, estar acima do peso, entrar na
menopausa e consumir álcool com muita frequência. "Outras causas são
obesidade, anormalidades endócrinas ou craniofaciais, como
hipotireoidismo e hipoplasia maxilomandibular, e predisposição
genética", diz Lia Bittencourt.
Mude os hábitos para dormir melhor
A apneia do sono raramente tem
cura. "Somente em casos de emagrecimento considerável ou de cirurgias de
amígdala e adenoide em crianças ocorre a cura completa", explica a
médica do Instituto do Sono. Mas a doença é controlável. "Perder peso,
evitar bebidas alcóolicas antes de ir para a cama, evitar dormir de
barriga para cima e tratar doenças do nariz e da garganta são atitudes
essenciais para o controle da apneia."
Aparelhos que ajudam no tratamento
Pode contribuir com a melhora
dos sintomas o uso de um aparelho elétrico chamado CPAP (sistema de
pressão positiva contínua das vias aéreas), que gera um fluxo de ar
através de uma máscara no nariz, abrindo a garganta. Equipamentos
intrao-rais, que tracionam a mandíbula para abrir passagem para o ar
durante a noite também podem ajudar. "Operações de garganta e ossos da
face são pouco utilizadas atualmente, pois a chance de sucesso é
pequena, mas são uma opção", afirma Lia.
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