segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Capitão negro se diz perseguido e discriminado no Exército

Relembrando:

Bagé/RS - Na semana em que o Brasil lembra os 47 anos do golpe militar de 31 de março de 1.964, o capitão do Exército, José Mário Dias Soares Júnior, o Capitão Marinho, um dos raros oficiais negros com essa patente, denunciou a Afropress que continua a ser perseguido e discriminado pelo Comandante do 3º Batalhão Logístico Presidente Médici, em Bagé, onde serve, Tenente Coronel Davi Rodrigues.
A perseguição, segundo o Capitão Marinho começou após a publicação do livro “Exército na Segurança Pública: uma guerra contra o povo brasileiro”, em que faz críticas ao envolvimento dos militares em ações de Polícia, como no caso da participação do Exército e da Marinha na recente invasão das favelas do Morro do Alemão e Vila Cruzeiro, no Rio.
Marinho já cumpriu oito dias de prisão por "motivos disciplinares" no início deste ano. Ele disse que as restrições à sua liberdade são contínuas, desde que se reapresentou, entre elas a proibição de se ausentar da cidade sem autorização do comandante da unidade e de acessar computadores na unidade. “Continuo sendo perseguido e discriminado no meu quartel”, disse ao editor de Afropress, jornalista Dojival Vieira, em conversa mantida por mais de 40 minutos no Facebook.
Por causa disso, o oficial negro entrou com duas representações no Ministério Público Militar pedindo a apuração da prática de crime militar por parte dos superiores hierárquicos, o que pode resultar, inclusive, em sua expulsão do Exército.
Na última da representação, com data de 23 de março passado, o militar revela que, por causa das perseguições, está sendo obrigado a se submeter a tratamento para depressão, fato de conhecimento do comandante. Também lembra no documento ao MPM que é responsável pelos pais e uma irmã doente que vivem na Bahia, todos com saúde debilitada. “A impressão que eu tenho é que querem que eu dê um tiro na minha cabeça. Ou na cabeça de alguém”, desabafa.
VEJA MAIS:
Acesse o Artigo Original: http://www.uniblogbr.com/2012/09/relembrando-capitao-negro-se-diz.html#ixzz25RmJ7Sr3
 

Nenhum comentário: