domingo, 2 de setembro de 2012

Estudo divide Minas em duas: a rica e a pobre

02/09/2012 07:33 - Atualizado em 02/09/2012 07:33

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia

Frederico Haikal
Com escassas opções de lazer, meninos brincam de futebol em campo empoeirado
Raposos Há 40 anos, o aposentado Vicente Pimenta, de 55, mora próximo ao ribeirão da Prata, no bairro Morro das Bicas, em Raposos, Região Metropolitana de BH.
"A água era limpa e havia muita mata. As casas tomaram conta das margens e virou esgoto a céu aberto", lamenta Vicente, observando um cachorro morto boiando dentro do córrego.
 Com o 35º menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Minas, Raposos está entre os 180 municípios do Estado que, desde 1960, sofrem com a devastação dos seus recursos naturais. O levantamento é do economista Paulo Haddad, ex-ministro da Fazenda e professor da UFMG.
Traçando uma linha imaginária, de Norte a Sul, o especialista divide o mapa de Minas em dois. Do lado direito, concentra-se a maioria dos municípios com histórico de desequilíbrio ambiental: cursos d’água assoreados e poluídos e áreas verdes desmatadas. O cenário é bem diferente do lado esquerdo, que tem matas preservadas e serviços de saneamento básico estruturados.
"Isso se chama Minas assimétrica e se caracteriza pelo desequilíbrio intra-estadual de desenvolvimento. O fator comum dos municípios à direita do mapa é o uso predatório da base de recursos naturais", ressalta Haddad.
Problema que, segundo o ex-ministro, reflete no PIB per capita, indicador de qualidade de vida. Ele usa os valores de 2009, quando a soma das riquezas produzidas em Minas foi de R$ 14.328,62 por habitante.
A metade
Nos municípios "predadores", o PIB per capita é equivalente a até 50% do valor registrado no Estado. "Feito o georreferenciamento, fica uma mancha vermelha no Norte de Minas, vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Rio Doce", diz.
Do lado esquerdo do mapa, a realidade é muito diferente, no Triângulo, Noroeste e Sul de Minas e em uma parcela da Zona da Mata.

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