PAQUISTAO -
08/09/2012 14h53
- Atualizado em
08/09/2012 14h53
Menina cristã de 14 anos passou três semanas presas por queimar textos sagrados. Caso teve repercussão internacional porque menina tem deficiência mental
A menina cristã paquistanesa Rimsha Masih, acusada de queimar textos
corânicos, foi posta em liberdade neste sábado (8) e deixou o presídio
da cidade de Rawalpindi, no qual estava presa há três semanas.
Rimsha, cuja liberdade sob fiança de 1 milhão de rúpias (US$ 10,5 mil)
foi determinada na sexta-feira por um tribunal de Islamabad, foi
escoltada em sua saída por um grande número de policiais, informou à
Agência Efe uma fonte próxima ao caso.
Peter Jakob, chefe da Comissão Nacional de Justiça e Paz do arcebispado
de Lahore, confirmou que a menor foi libertada e "está protegida junto
com sua família em paradeiro conhecido pelas forças de segurança".
A fiança foi ditada após a enorme repercussão do caso de Rimsha, tanto
por sua idade (14 anos) e incapacidade psíquica - tem idade mental de
sete anos, segundo um relatório médico realizado por uma comissão
oficial - como pelo fato de que houve uma tentativa de falsificação de
provas contra ela.
O imame de uma mesquita do subúrbio de Mehrabadi, onde ela vivia, foi
preso no último domingo após ser acusado por um de seus assistentes de
pôr folhas arrancadas do Corão na bolsa que continha as cinzas do
material que supostamente foi queimado pela menina.
O advogado de defesa e os diversos grupos que manifestaram apoio a
Rimsha afirmaram reiteradamente que a prioridade agora é a proteção da
menina e de sua família, já que muitos acusados de blasfêmia sofrem
ataques de fundamentalistas radicais.
O caso de Rimsha gerou críticas de organizações de direitos humanos
tanto dentro como fora do Paquistão, e atraiu a atenção de vários
governos ocidentais.
bc
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