segunda-feira, 22 de outubro de 2012

B.H - Projeto de modernização do Parque Municipal prevê banheiros públicos e outros confortos

Melhoria na infraestrutura também deve beneficiar os pipoqueiros e lambe-lambes, mas obras ainda não têm data para começar

Márcia Maria Cruz - Estado de Minas
Publicação: 22/10/2012 06:47 Atualização: 22/10/2012 06:50

Área, que tem conjunto paisagístico tombado desde 1975, é considerada o coração verde da capital e atrai milhares de turistas  ((Marcos Vieira/EM/D.A Press))
Área, que tem conjunto paisagístico tombado desde 1975, é considerada o coração verde da capital e atrai milhares de turistas
O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, coração verde de Belo Horizonte, deve passar em breve por uma ampla revitalização. O projeto prevê melhorias das trilhas, que serão alargadas e terão novo revestimento, instalação de banheiros públicos e infraestrutura para os ambulantes, como pipoqueiros e lambe-lambes. Com orçamento de R$ 17 milhões, as intervenções já foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultura do Município.
De acordo com o presidente da Fundação de Parques Municipais, Homero Brasil Filho, também será construído um complexo operacional, que abrigará a sede administrativa. Os ambulantes terão, conforme o projeto, escaninhos, sanitários e locais para guardar os carrinhos. Segundo Homero, o complexo ainda terá lanchonete com área coberta. A antiga lanchonete será restaurada para ser bilheteria. “A reforma irá preservar a história do parque”, afirmou.
“Estamos em uma fila de financiamento federal para isso. Esperamos conseguir o mais rápido possível”, afirmou no sábado, durante inauguração do Mirante das Mangabeiras, o prefeito da capital, Marcio Lacerda. “É um amplo projeto de modernização que deixará o parque mais amigável para o usuário”, disse o presidente da fundação.
As portarias das avenidas Afonso Pena, Andradas e Alameda Ezequiel Dias serão modernizadas. Elas irão ganhar terminais de computadores, nos quais os visitantes poderão consultar a programação do parque e de outros espaços culturais da cidade. O objetivo, segundo Homero, é melhorar a oferta de informação ao turista que visita a capital. No lugar da atual sede administrativa será construído um centro de educação ambiental e instalada a sede da Guarda Municipal.
Recurso
Homero informou que o recurso faz parte de emenda da bancada mineira ao orçamento da União no valor de R$ 25 milhões. Segundo ele, o prefeito negociou para que a maior parte do recurso seja empregada no projeto de modernização do parque. Os passos seguintes preveem aprovação no Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) e no Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). Como o parecer do conselho do patrimônio cultural foi bastante favorável ao aspecto arquitetônico, o projeto executivo já está sendo elaborado. “Temos que cumprir várias etapas, mas esperamos que as obras tenham início no primeiro semestre do ano que vem”, adiantou Homero. Todo o conjunto paisagístico e arquitetônico do parque foi tombado pelo Iepha em 1975.

De acordo com ele, a reforma do Teatro Francisco Nunes e a construção de um centro multiuso no Colégio Imaco não fazem parte desse projeto. A reforma do teatro integra intervenções de requalificação realizada em parceria com a iniciativa privada. A construção do centro multiuso será realizada com recursos de R$ 10 milhões que estão sendo pleiteados junto ao Ministério do Turismo.
A última reforma no parque foi feita há dois anos, quando o local recebeu melhorias paisagísticas. Em uma área de 3,1 mil metros quadrados foram plantadas grama e diversas espécies de flores, como bromélias, azaleias, lírios-do-brejo, latânias, camarás, entre outras. Na época, o coreto também foi reformado. O parque foi projetado em estilo romântico inglês pelo arquiteto paisagista francês Paul Villon para ser o maior e mais bonito parque urbano da América Latina. O projeto original previa um cassino e um observatório meteorológico, que não foram construídos.
Memória:Área verde reduzida
Quando foi inaugurado, em 12 de dezembro de 1897, o Parque Municipal Américo Renê Giannetti tinha uma área de 555 mil metros quadrados, mas apenas oito anos depois, em 1905, começou a ser reduzido. Partes da área verde foram usadas para a construção da Faculdade de Medicina, a Moradia Estudantil Borges da Costa e até o campo de futebol do América, mais tarde vendido para a construção de um supermercado. Hoje, a maior reserva ambiental do Centro de BH tem somente 182 mil metros quadrados, bem menos do que previu Aarão Reis, o engenheiro que projetou a capital. Felizmente, em 1975, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) tombou o parque, pondo fim às ameaças de destruição do local.

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