quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Avenida Paraná fechada traz transtornos a motoristas e pedestres Primeiro dia de interdição foi de muito tumulto no Centro da capital


Pedro Ferreira
Gabriela Pacheco - Estado de Minas
Publicação: 09/01/2013 06:00 Atualização: 09/01/2013 07:02

Um dos problemas no trânsito foi na saída do Viaduto B para a Rua Caetés ( Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Um dos problemas no trânsito foi na saída do Viaduto B para a Rua Caetés

O primeiro dia de interdição da Avenida Paraná, no sentido rodoviária-Mercado Central, no Centro de Belo Horizonte, para obras do transporte rápido por ônibus (BRT, sigla em inglês) foi de transtorno e desorientação nessa terça-feira para quem desconhecia as mudanças dos pontos de ônibus e de apreensão para comerciantes, que temem queda nas vendas e aumento da insegurança. A BHTrans registrou impacto no trânsito nas vias para onde o transporte coletivo foi desviado, principalmente na Rua Guarani e na Avenida Olegário Maciel. Também houve movimentação maior de carros nas avenidas Afonso Pena e Santos Dumont. A situação deve piorar em fevereiro com o fim das férias escolares. A obra deve durar um ano.

A experiência recente das obras na Avenida Santos Dumont deixou a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) ainda mais preocupada. Para o vice-presidente da entidade, Anderson Rocha, é preciso evitar problemas já ocorridos, como assaltos e invasões a lojas. Segundo ele, é difícil estimar o impacto nas vendas, mas a queda no faturamento é superior a 50%. Para minimizar os prejuízos, a CDL reivindica a instalação de placas indicando as lojas situadas nos quarteirões fechados pelos tapumes da obra; mais policiamento e melhor iluminação da rua, além da agilidade na construção.
Dono de uma loja de calçados, Francisco Maia, de 58 anos, disse que já sentiu ontem o prejuízo nas duas primeiras horas de abertura do comércio. “Abro a loja às 7h. O ponto de ônibus em frente ficava lotado e as pessoas tinham tempo de entrar na loja e comprar alguma coisa. Agora, está tudo deserto”, afirmou o comerciante, que já pensa em mudar de ponto.

A cuidadora de idosos Neuza Lemos, de 41, não percebeu que a pista da Paraná estava fechada e aguardou o ônibus por vários minutos num ponto desativado, até ser informada das alterações. Ela não prestou atenção no cartaz ao lado informando as mudanças. “Vou ter que pegar o ônibus na Rua Curitiba, é um transtorno e já estou atrasada”, reclamou. O bancário Adair Ferreira, de 73, também perdeu tempo esperando ônibus da linha 4033 na Paraná. “Não percebi que a pista estava fechada”, disse o aposentado, que seguiu para a Rua Guarani.

Segundo a gerente de Operações da Área Central da BHTrans, Maria Odila de Matos, são cinco quarteirões interditados. “Em maio ou junho, essa pista interditada será concluída e começam as obras na pista contrária”, disse. Por dia, são 28,5 mil veículos nos dois sentidos da Paraná, incluindo 84 linhas de ônibus (39 da BHTrans e 45 do DER-MG).

Impactos

A gerente da BHTrans reconhece que o comércio da Paraná será afetado, mas não totalmente como ocorreu com as lojas da Avenida Santos Dumont. “Mesmo a empreiteira fechando as obras da Paraná com tapumes, para maior segurança das pessoas, os passeios e travessias estarão liberados para pedestres e eles continuarão tendo acesso às lojas”, disse Maria Odila. O comerciante Francisco Maia discorda da BHTrans. “O trânsito de veículos continua do outro lado da avenida, mas ficaremos isolados. Vamos ficar escondidos atrás dos tapumes como ocorreu na Santos Dumont e várias lojas foram arrombadas”, disse Francisco.

O comandante da 6ª Companhia, major Vitor Araújo, disse ser natural a apreensão dos comerciantes em funcão dos arrombamentos na Santos Dumont. “Estamos montando esquema especial com motocicletas para percorrer espaços fechados na Paraná. O policiamento será intensificado principalmente nas proximidades dos estabelecimentos de maior potencial de risco, como lojas de caça e pesca, que trabalham com armas de fogo e armas brancas”, disse.

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