sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

B.H - Av. Paraná perde 70% dos clientes

Prejuízo
Comerciantes temem até falências com sumiço de consumidores
Publicado no Jornal OTEMPO em 18/01/2013

JANINE HORTA
Especial para O Tempo
FOTO: FOTOS: RODRIGO LIMA
Obras na avenida Paraná deixam trânsito complicado e trazem prejuízo aos comerciantes locais
Com menos de 15 dias de fechamento parcial do trânsito da avenida Paraná, os comerciantes já colhem os primeiros prejuízos. As lojas, que viviam lotadas, agora estão vazias, amargando uma queda de movimento que varia entre 60% e 70%.

Mesmo com a interdição da avenida sendo parcial - somente na pista sentido Mercado Central, onde as obras já começaram - os comerciantes temem que os problemas aumentem com uma onda de assaltos, que pode vir por causa das ruas mais vazias à noite, como aconteceu na avenida Santos Dumont durante as obras.

Por isso, os comerciantes e entidades representantes da classe na capital participaram ontem de uma reunião com a Polícia Militar para pedir um reforço na proteção policial.

Foi prometida a instalação de uma guarita com policiais se revezando 24 horas por dia - mas a PM não deu prazo para isso.

Obras aceleradas. As reivindicações dos comerciantes vão bem além da segurança. "Não adianta isenção de IPTU, como a prefeitura ofereceu, pois isso é muito pouco perto do prejuízo que já estamos tendo. Na avenida Santos Dumond, por exemplo, muitos comerciantes fecharam as portas ou faliram. Isso não é prejudicial apenas para os empresários, mas também para a população, pois muitas pessoas ficaram desempregadas", diz o presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro, Pedro Bacha.

Um dos pedidos dos comerciantes à prefeitura é que as obras sejam aceleradas, para diminuir o tempo de prejuízo. "Sugerimos três turnos de trabalho, inclusive aos sábados e domingos. Mas até o momento, isso não aconteceu e há pouquíssimas máquinas no campo de obras, que estão quase paradas", reclama Bacha.

Lojas Vazias. A loja Marina, por exemplo, que registrava um movimento de cerca de mil pessoas por dia, estava praticamente vazia na tarde de ontem. A gerente Maria Lúcia Soares Ribeiro teme o desemprego. "Sem movimento não conseguiremos segurar todo o quadro de funcionários. São 53", lamenta.

Na loja Torra Tudo, o locutor Tiago Pacheco, com muito bom humor, anuncia ao microfone: "A avenida Paraná parou, mas o Torra Tudo continua com ofertas incríveis!" E continua, agora sério: "Nosso movimento caiu 50%, está difícil, o patrão está preocupado, já estamos tendo demissões. Temos que fazer liquidações para atrair o cliente".

Wesley Jonhson, gerente da loja Canal do Surf, comenta que seu movimento caiu de 60% a 70%. "A solução seria a obra acabar logo". Já Mirlene Gomes, da Casa das Nações, diz que o movimento caiu 50%. "Para nós que somos comissionados, o prejuízo é maior".
Motoristas e pedestres incomodados
Se para os comerciantes da avenida Paraná a situação está difícil, com grande queda nas vendas, para quem transita pela região as coisas não estão melhores. Não há nenhuma placa de sinalização, nem para os motoristas se orientarem e evitarem a área fechada, tomando outros caminhos, e muito menos para os pedestres, que precisam se virar sozinhos para achar onde foram parar os pontos de ônibus. "Com isso, o trânsito fica impossível no horário de pico", diz a gerente da loja Marina, Maria Lúcia Soares Ribeiro.

É a opinião também do auxiliar jurídico Hugo Geraldo da Silva, que foi ao centro resolver uma questão do escritório. "As obras estão prejudicando demais. O que mais incomoda é que a prefeitura não coloca orientações, então temos que ficar procurando onde estão as linhas de ônibus. Fiquei mais de 40 minutos esperando um ônibus em local errado, onde ele não passava mais". (JH)

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