20/01/2013 07h30
- Atualizado em
20/01/2013 07h30
Do café ao ácido sulfúrico, material é resistente a quase cem líquidos.
Descoberta pode levar a desenvolvimento de tecido que nunca mancha.
Pesquisadores da Universidade de Michigan desenvolveram um revestimento
que repele uma ampla variedade de líquidos, que vão do café ao ácido
sulfúrico, fazendo-os saltar para fora da superfície tratada. A
descoberta foi publicada na última edição do “Journal of the American
Chemical Society”.
Composta por pelo menos 95% de ar, a cobertura foi desenvolvida em nanoescala (um nanômetro é um bilionésimo de metro).
De acordo com os cientistas, gotículas de soluções que normalmente
danificariam uma camisa e até mesmo machucariam a pele são repelidas
quando tocam a superfície. "Praticamente qualquer líquido que você jogue
no revestimento salta direito para fora sem molhar", explicou o
professor Anish Tuteja, coautor do artigo.
Cientistas descobrem revestimento que repele líquidos (Foto: Reprodução/ University of Michigan )
Além de ser super-resistente a manchas, o revestimento pode ter
diversas aplicações como., por exemplo, tornando roupas impermeáveis
para proteger soldados ou cientistas que lidam com produtos químicos. A
descoberta também traz implicações para a fabricação de avançadas tintas
à prova d'água, visando reduzir os danos que a umidade provoca em nas
estruturas de navios, por exemplo.
Anish Tuteja e seus colegas testaram mais de cem líquidos e só
encontraram dois capazes de penetrar o revestimento: os
clorofluorcarbonetos químicos, utilizados em refrigeradores e
condicionadores de ar.
Em laboratório, os cientistas observaram a superfície revestida repelir café, molho e óleo vegetal, além de ácido clorídrico e ácido sulfúrico tóxico que podem queimar a pele. De acordo com Tuteja, o revestimento também é resistente à gasolina e a vários álcoois.
Em laboratório, os cientistas observaram a superfície revestida repelir café, molho e óleo vegetal, além de ácido clorídrico e ácido sulfúrico tóxico que podem queimar a pele. De acordo com Tuteja, o revestimento também é resistente à gasolina e a vários álcoois.
Revestimento é resistente a café e ácido sulfúrico
(Foto: Divulgação/University of Michigan)
(Foto: Divulgação/University of Michigan)
Composição
Para aplicar o revestimento às superfícies, os cientistas utilizaram uma técnica chamada de “electrospinning” (deposição eletrostática). Até agora, eles revestiram pequenos pedaços de tela e faixas de tecido do tamanho de um selo postal.
Para aplicar o revestimento às superfícies, os cientistas utilizaram uma técnica chamada de “electrospinning” (deposição eletrostática). Até agora, eles revestiram pequenos pedaços de tela e faixas de tecido do tamanho de um selo postal.
O revestimento é uma mistura de partículas plásticas de um tipo
específico de borracha e cubos resistentes a líquido, desenvolvidos em
nanoescala pela Força Aérea, contendo carbono, flúor, silício e
oxigênio.
De acordo com o estudo, o revestimento “abraça” os poros da superfície em que é aplicado e cria uma teia mais fina com esses poros. “Isso significa que entre 95% e 99% do revestimento é, na verdade, formado por bolsas de ar, de modo que qualquer líquido que entre em contato com o revestimento praticamente nem está tocando uma superfície sólida”, diz o estudo.
De acordo com o estudo, o revestimento “abraça” os poros da superfície em que é aplicado e cria uma teia mais fina com esses poros. “Isso significa que entre 95% e 99% do revestimento é, na verdade, formado por bolsas de ar, de modo que qualquer líquido que entre em contato com o revestimento praticamente nem está tocando uma superfície sólida”, diz o estudo.
Cientistas testeram mais de 100 líquidos e somente
dois deles molharam as telas e tecidos
(Foto: Divulgação/University of Michigan )
dois deles molharam as telas e tecidos
(Foto: Divulgação/University of Michigan )
"Normalmente, quando os dois materiais se aproximam, eles transferem
uma pequena carga positiva ou negativa sobre o outro, e logo que o
líquido entra em contato com a superfície sólida, ele começar a
espalhar-se," explica Tuteja. “O que nós fizemos foi reduzir
drasticamente a interação entre a superfície e a gota”.
Com quase nenhum incentivo para propagação, as gotículas permanecem intactas, interagindo apenas com as suas próprias moléculas, mantendo uma forma esférica, e literalmente quicando no revestimento.
Com quase nenhum incentivo para propagação, as gotículas permanecem intactas, interagindo apenas com as suas próprias moléculas, mantendo uma forma esférica, e literalmente quicando no revestimento.
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