Jovens declaradamente de direita pretende
recriar o partido que dava sustentação aos militares. Eles buscam em
Minas parte do apoio que precisam para registrar a legenda
Isabella Souto -Estado de Minas
Publicação: 27/03/2013 06:00 Atualização: 27/03/2013 06:47
Isabella Souto -Estado de Minas
Publicação: 27/03/2013 06:00 Atualização: 27/03/2013 06:47
Convenção da Arena em 1966, quando foi criada. Grupo que tenta recriar a legenda diz que não defende a volta do mlitarismo mas quer revigorar as Forças Armadas e a volta do ensino de moral e cívica |
Criada em 1966 para dar
apoio ao governo militar – e extinta 13 anos depois –, a Aliança
Renovadora Nacional (Arena) depende do apoio de 380 mil eleitores
brasileiros para voltar à vida política nacional. Com o nome de Arena e
dirigido por jovens, o grupo que tenta se tornar um partido tem como
ideologia o conservadorismo, o nacionalismo e o que chama
tecnoprogressismo. Das 500 mil assinaturas necessárias em todo o país,
os novos arenistas já contam com 120 mil. Para angariar parte do apoio
necessário, as direções nacional e estadual do grupo realizam um evento
no próximo dia 6 em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O estatuto e o programa da Arena foram publicados no Diário Oficial da União de 13 de novembro – um dos passos burocráticos para a sua criação e registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As regras do grupo são claras: todas as correntes e tendências precisam ser aprovadas por um conselho ideológico, visando a coerência com as diretrizes partidárias. E já está descartada qualquer possibilidade de coligação com partidos que declarem em seu programa a “defesa do comunismo, bem como vertentes marxistas”. Caberá ao CI indicar quais são os partidos vetados. A direção garante que não defenderá o militarismo no Brasil, embora entre suas propostas esteja o reaparelhamento das Forças Armadas.
“Da Arena antiga, defendemos apenas as ideias de direita e o conservadorismo. Vamos ter um partido verdadeiramente de direita no Brasil”, assegura o presidente do partido em Minas Gerais, Frederiki Dias, projetista de 42 anos que diz nunca ter se filiado a qualquer partido e não ter histórico político. As primeiras conversas sobre a recriação da Arena surgiram em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, por meio de mensagens em redes sociais. De lá para cá, o grupo ganhou a adesão de internautas e já há comissões provisórias estaduais estruturadas no Distrito Federal e em oito estados: Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Maranhão.
A modernidade das redes sociais tem servido para ajudar a disseminar a proposta de criação do partido, que já ganhou uma página no Facebook, onde simpatizantes podem deixar mensagens. No perfil há textos sobre “o que é ser de direita” e posts com críticas à esquerda e ao governo de Dilma Rousseff (PT). “Aprendam como se faz: o presidente do Paraguai decidiu eliminar as ‘bolsas-tudo-que-é-coisa’ porque diz que isso cria vagabundos e eterniza a pobreza”, diz um deles, que recebeu 508 “curtidas”, 89 comentários e foi compartilhado 2.087 vezes. Em outro, há uma foto com frase da ex-primeira-ministra britânica Margareth Tatcher: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”.
Os novos arenistas também fazem questão de mostrar alguns apoios, como o do deputado federal e ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro (PP-RJ), que mereceu até uma mensagem pelo aniversário, no último dia 21. Uma foto de integrantes da direção nacional ao lado do parlamentar e do filho dele, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ), traz texto em que eles são classificados como “amigos de luta para livrar o Brasil da ditadura petista!!.” Outro texto divulgado na página traz a frase: “Um pouco da história do Brasil para quem adora falar sem conhecer, sobre o regime militar. Se não houvesse militarismo, viveríamos em uma ditadura!”.
Programa de atuação
A proposta da nova Arena é dividida em sete temas, que têm entre suas metas:
Privatizar as penitenciárias
Acabar com o sistema de cotas raciais, de gênero ou condições especiais
Redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos
Retorno ao currículo escolar do estudo de educação moral e cívica e latim
Ensinar a história do Brasil e geral com isenção ideológica e abrangência de todos os continentes
Reestatizar as empresas fundamentais à proteção da nação
Reaparelhar as Forças Armadas, tirando-as de seu sucateamento
Politiquês/português: Bipartidarismo
A Arena foi fundada em 4 de abril de 1966 dentro do sistema de bipartidarismo imposto com a edição do Ato Institucional 2 (AI-2), que extinguiu as 13 legendas registradas no país. A Arena sustentava o governo militar instaurado em 1964, enquanto o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) fazia a oposição no Congresso. A legenda elegeu todos os candidatos que apresentou para a Presidência do Brasil, de Costa e Silva (1967-1969) a João Figueiredo (1979-1985). As duas legendas foram extintas em 29 de novembro de 1979, quando o Congresso decretou o fim do bipartidarismo e permitiu a criação de outras legendas – dentro do processo que culminou na redemocratização do Brasil. A Arena foi então rebatizada de Partido Democrático Social (PDS) por alguns remanescentes. Anos depois, dissidentes da nova legenda criaram o Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM). O PDS mudou de nome três vezes: já foi Partido Progressista Renovador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB) e atualmente é conhecido como Partido Progressista (PP).
O estatuto e o programa da Arena foram publicados no Diário Oficial da União de 13 de novembro – um dos passos burocráticos para a sua criação e registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As regras do grupo são claras: todas as correntes e tendências precisam ser aprovadas por um conselho ideológico, visando a coerência com as diretrizes partidárias. E já está descartada qualquer possibilidade de coligação com partidos que declarem em seu programa a “defesa do comunismo, bem como vertentes marxistas”. Caberá ao CI indicar quais são os partidos vetados. A direção garante que não defenderá o militarismo no Brasil, embora entre suas propostas esteja o reaparelhamento das Forças Armadas.
“Da Arena antiga, defendemos apenas as ideias de direita e o conservadorismo. Vamos ter um partido verdadeiramente de direita no Brasil”, assegura o presidente do partido em Minas Gerais, Frederiki Dias, projetista de 42 anos que diz nunca ter se filiado a qualquer partido e não ter histórico político. As primeiras conversas sobre a recriação da Arena surgiram em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, por meio de mensagens em redes sociais. De lá para cá, o grupo ganhou a adesão de internautas e já há comissões provisórias estaduais estruturadas no Distrito Federal e em oito estados: Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Maranhão.
A modernidade das redes sociais tem servido para ajudar a disseminar a proposta de criação do partido, que já ganhou uma página no Facebook, onde simpatizantes podem deixar mensagens. No perfil há textos sobre “o que é ser de direita” e posts com críticas à esquerda e ao governo de Dilma Rousseff (PT). “Aprendam como se faz: o presidente do Paraguai decidiu eliminar as ‘bolsas-tudo-que-é-coisa’ porque diz que isso cria vagabundos e eterniza a pobreza”, diz um deles, que recebeu 508 “curtidas”, 89 comentários e foi compartilhado 2.087 vezes. Em outro, há uma foto com frase da ex-primeira-ministra britânica Margareth Tatcher: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”.
Os novos arenistas também fazem questão de mostrar alguns apoios, como o do deputado federal e ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro (PP-RJ), que mereceu até uma mensagem pelo aniversário, no último dia 21. Uma foto de integrantes da direção nacional ao lado do parlamentar e do filho dele, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ), traz texto em que eles são classificados como “amigos de luta para livrar o Brasil da ditadura petista!!.” Outro texto divulgado na página traz a frase: “Um pouco da história do Brasil para quem adora falar sem conhecer, sobre o regime militar. Se não houvesse militarismo, viveríamos em uma ditadura!”.
Programa de atuação
A proposta da nova Arena é dividida em sete temas, que têm entre suas metas:
Privatizar as penitenciárias
Acabar com o sistema de cotas raciais, de gênero ou condições especiais
Redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos
Retorno ao currículo escolar do estudo de educação moral e cívica e latim
Ensinar a história do Brasil e geral com isenção ideológica e abrangência de todos os continentes
Reestatizar as empresas fundamentais à proteção da nação
Reaparelhar as Forças Armadas, tirando-as de seu sucateamento
Politiquês/português: Bipartidarismo
A Arena foi fundada em 4 de abril de 1966 dentro do sistema de bipartidarismo imposto com a edição do Ato Institucional 2 (AI-2), que extinguiu as 13 legendas registradas no país. A Arena sustentava o governo militar instaurado em 1964, enquanto o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) fazia a oposição no Congresso. A legenda elegeu todos os candidatos que apresentou para a Presidência do Brasil, de Costa e Silva (1967-1969) a João Figueiredo (1979-1985). As duas legendas foram extintas em 29 de novembro de 1979, quando o Congresso decretou o fim do bipartidarismo e permitiu a criação de outras legendas – dentro do processo que culminou na redemocratização do Brasil. A Arena foi então rebatizada de Partido Democrático Social (PDS) por alguns remanescentes. Anos depois, dissidentes da nova legenda criaram o Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM). O PDS mudou de nome três vezes: já foi Partido Progressista Renovador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB) e atualmente é conhecido como Partido Progressista (PP).
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