sexta-feira, 8 de março de 2013

Nova dieta propõe cinco dias de `comilança´ e dois de jejum


REINO UNIDO
Segundo a obra, após algumas horas sem comer, corpo aciona queima de gordura
Publicado no Jornal OTEMPO em 08/03/2013
 
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JENNIFER CONLIN
The New York Times

FOTO: JONATHAN PLAYER/THE NEW YORK TIMES
Dicas. Obra polêmica ainda oferece dicas de receitas, como uma fritada, além de outras orientações para os dias de quase jejum
Londres, Inglaterra. A Inglaterra está passando por uma nova onda que vai longe da família real. Trata-se do novo livro, publicado no início do ano, "The Fast Diet" ("A Dieta do Jejum", em livre tradução). Segundo a fundadora da editora responsável pelo fenômeno, a obra tem se mantido no topo da lista de vendas praticamente desde o dia de seu lançamento. 
A premissa desse novo regime de emagrecimento é o jejum intermitente, ou o que já se tornou conhecido como Dieta 5/2. Nela, a pessoa passa cinco dias comendo e bebendo tudo o que quiser, e intercala a "comilança" com dois dias de jejum. Um dia típico do jejum dessa dieta consiste em duas refeições com cerca de 250 a 300 calorias cada, dependendo do gênero da pessoa (500 calorias por dia para mulheres e 600 para homens). Isso daria, por exemplo, dois ovos e uma fatia de presunto no café da manhã e um prato de peixe e legumes cozidos para o jantar. 
De acordo com o livro, o segredo para a perda de peso está no fato de, mesmo após algumas horas de jejum, o corpo começar a desligar seus mecanismos de armazenamento de gordura e acionar os mecanismos de queima de gordura. "Sempre experimentei muitas coisas em mim mesmo", conta um dos autores do livro, Michael Mosley, que também é jornalista especializado em medicina na rede de televisão britânica BBC. 
O ponto de partida para a nova teoria foi um documentário do qual Mosley participou para a TV, em que ele se submeteu ao jejum para verificar os resultados. Em nove semanas, ele perdeu dez quilos, reduziu os níveis de glicose e colesterol e diminuiu a gordura corporal. "Além disso, agora tenho todo um novo nível de energia", comemora. 
"Tudo isso começou porque não estava me sentindo bem no ano passado. Na verdade, estava sofrendo de altos níveis de açúcar no sangue, colesterol alto e tinha um tipo de gordura visceral no abdômen", conta Mosley, enquanto toma uma xícara de chá e come meio biscoito (mesmo não sendo seu dia de jejum). 
Apesar de estar à margem da obesidade - medindo 1,8 m e pesando 93,5 kg -, Mosley, 55, tinha um Índice de Massa Corporal (IMC) um pouco acima do indicado para os homens. "Dado o fato de o meu pai ter morrido aos 73 anos por complicações do diabetes, e eu estar pré-diabético, sabia que alguma coisa deveria mudar", conta.
Parceria. O documentário se tornou um sucesso instantâneo, o que levou a escritora especializada em comida e moda Mimi Spencer a propor que eles trabalhassem em conjunto para um livro. "Podia ver que isso não era uma dieta da moda, era uma sustentável com resultados duradouros para a saúde - além do benefício óbvio da perda de peso", conta Spencer, que perdeu dez kg em quatro meses, seguindo a dieta, e diminuiu seu IMC em dois pontos. 

Esse trabalho em conjunto resultou em um volume de 200 páginas, contendo não só as descobertas científicas sobre o jejum intermitente, como também textos de motivação sobre como superar os primeiros dias sem comer - de se manter ocupado para não ouvir o estômago roncando até esperar 15 minutos para sua refeição ou seu lanche. O livro traz, ainda, receitas para os dias de jejum, como uma 
salada de queijo grego tipo feta e pizza mexicana, além de um contador de calorias.</CW> 


Traduzido por Raquel Sodré
ALERTA
Agência de saúde é contra ideia

Londres. Mesmo com o furor da nova dieta, nem todos a encaram com igual entusiasmo. O National Health System, agência britânica que regulamenta as questões relativas à saude, colocou em seu site uma declaração logo depois do lançamento do livro: "apesar de sua crescente popularidade, há muita incerteza sobre o JI (Jejum Intermitente), com significativas lacunas nas provas". 
A agência também listou alguns dos efeitos colaterais do regime, que incluem mau hálito, ansiedade, desidratação e irritabilidade. Mesmo assim, os londrinos não parecem estar muito preocupados: uma enorme quantidade de livros da dieta do jejum foi lançada nas últimas semanas, e há, também, uma boa safra de livros de receitas que trazem pratos permitidos para os dias praticamente sem comida.
Em Londres, a dieta decolou com a ajuda de famosos chefs-celebridade britânicos e escritores especialistas em comida. (JC/NYT)

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