31/03/2013 07:36 - Atualizado em 31/03/2013 07:36
Carlos Rhienck/Hoje em Dia
João Carlos, na Fiat de Betim: preparação para seleção interna
Cerca de 65% dos alunos participantes do Programa de Educação Profissional (PEP) saem da escola direto para o mercado de trabalho.
O índice é 17 pontos percentuais superior ao percebido entre os alunos
que frequentam o ensino médio comum (48%), segundo dados da Secretaria
de Educação do Governo de Minas Gerais.
No entanto, apesar de facilitar a inserção no mercado de trabalho, o
programa não é fator determinante do salário, segundo aponta o artigo
“Juventude e trabalho: o PEP e a inserção de jovens no mercado de
trabalho”, publicado no livro Desigualdades educacionais e pobreza,
organizado por Murilo Fahel. Para melhorar a renda, pessoas que utilizam
o programa fazem cursos complementares ou escalam o mercado de trabalho
cargo a cargo.
É o caso do operador de processo industrial da Fiat, João Carlos Pereira Gomes, de 31 anos. Técnico em administração
formado com a ajuda do PEP, ele deu uma guinada de 180º na carreira
graças ao programa. “Eu era motorista de coletivo e perdi o emprego. Um
dia, lendo um jornal, vi uma matéria sobre o PEP e decidi tentar”, diz.
Mesmo que o valor
do primeiro salário não seja superior ao dos que não fizeram o PEP, a
perspectiva de crescimento é mais promissora. “Com o meu atual perfil
profissional, posso participar de recrutamentos internos e subir na
carreira”, diz João Carlos.
Ele é operador de processo industrial na Fiat, mas participa de uma
seleção interna para ocupar uma vaga na área de logística. Se for
aprovado, receberá cerca de R$ 3 a mais por hora trabalhada, quantia que
fará muita diferença para o pai de primeira viagem.
Micaele Almeida Lima, de 21 anos, também se sente mais preparada após
passar pelo programa. Com a ajuda do PEP, ela se formou no curso técnico
de Enfermagem há um mês no município de Pedra Azul, onde morava com os
avós. Hoje, faz estágio preparatório em Teófilo Otoni. A expectativa da
estagiária é a de que nas próximas semanas ela seja oficialmente
integrada ao quadro de funcionários do hospital onde trabalha.
Micaeli diz que trabalhava em uma creche antes do PEP e recebia, por
mês, cerca de R$ 500. Hoje, o salário da técnica é de R$ 800 e passará
para pelo menos R$ 950 assim que for contratada. Para garantir a
continuidade da ascensão salarial, ela está fazendo faculdade de
Enfermagem. “Se não fosse o PEP eu não estaria na faculdade hoje. Mas é
preciso abrir portas”, comentou.
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