27/03/2013 06:25 - Atualizado em 27/03/2013 06:25
André Brant/Hoje em Dia
Ao fundo, van aguarda horário para o embarque de passageiros na BR-040, na saída para Sete Lagoas
Ignorando a fiscalização, perueiros têm inovado no transporte
clandestino rodoviário. A “categoria” aposta na substituição de veículos
de menor porte, como vans, por ônibus com capacidade para até 50
passageiros.
A constatação é do próprio Departamento de Estradas de Rodagem
(DER-MG), que traça estratégias para coibir a atividade, especialmente
na véspera do feriado prolongado da Semana Santa. “Para tornar as linhas
mais lucrativas, os donos de vans estão investindo na compra de
ônibus”, afirma o diretor de Fiscalização do órgão, João Afonso Baeta.
As principais rotas levam à região Norte de Minas e aos vales do Mucuri
e Jequitinhonha, via BRs 381 e 116. O DER-MG ampliou a fiscalização a
partir de dezembro, quando o Hoje em Dia publicou uma série de
reportagens sobre a instalação, inclusive, de rodoviárias clandestinas
na capital, ponto de partida e chegada dos ônibus irregulares.
Porém, segundo João Afonso, enquanto blitze inibiram a circulação de
vans ilegais pelas estradas, a quantidade de apreensões de ônibus se
manteve considerável. “O número de pessoas que estavam nestes veículos é
maior”, disse o diretor de Fiscalização do DER-MG.
De acordo com João Afonso, de janeiro a 20 de março, foram barrados 107
ônibus e vans nas rodovias. Ao todo, 1.241 passageiros tiveram de
interromper a viagem. Nesta semana, véspera de feriado prolongado, o
DER-MG e a Polícia Militar intensificam a fiscalização. Na última
terça-feira (26), dez pessoas que agenciavam passageiros para linhas
irregulares foram detidas na rodoviária de Belo Horizonte, no Centro.
“Quem for usar o transporte clandestino para viajar na Semana Santa
corre o risco de ficar no meio da estrada”, alerta João Afonso.
Em caso de apreensão de um veículo irregular, os passageiros são
colocadas em outros ônibus regulares, desde que haja lugar disponível.
No entanto, informa o DER-MG, neste período de recesso, os ônibus
costumam estar com a lotação completa.
Volume
As apreensões de veículos clandestinos cresceram 47% no ano passado.
Somaram 3.304 ante 2.246 em 2011. Neste ano, até a última terça-feira
(26), foram 196.
“As pessoas escolhem o transporte clandestino por causa do preço das
passagens, que chega a ser 30% menor. Muitos procuram as linhas por
falta de informação sobre os riscos”, alerta o advogado especialista em
trânsito Thales Duarte Souza Lucena.
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