Atualizado: 23/05/2013 04:41 | Por BBC, BBC Brasil
"Protesto contra a corrupção, em 2012 (AFP)"
A
imagem positiva do Brasil subiu levemente entre 2012 e 2013, mas
aumentou também o percentual de pessoas que acreditam que o país tem uma
influência predominantemente negativa no mundo, informa uma pesquisa do
Serviço Mundial da BBC divulgada na noite desta quarta-feira.
Segundo
o levantamento Country Ratings Pool, feito com 26,3 mil pessoas em 25
países, uma média de 46% dos entrevistados (contra 45% no ano anterior)
dizem ter percepções positivas da influência do Brasil no mundo.
Dezenove dos países pesquisados veem o Brasil positivamente.
Ao
mesmo tempo, porém, cresceu de 18% para 21% a porcentagem de visões
negativas sobre o Brasil. Com isso, o país fica em sétimo lugar em um
ranking com outras 16 nações e a União Europeia.
'A visão geral
sobre o Brasil é menos favorável do que era em 2012, por conta do
aumento nas classificações negativas', diz o levantamento.
Os
países mais bem vistos são a Alemanha (que, segundo 59% dos
entrevistados, tem influência positiva), o Canadá e a Grã-Bretanha
(ambos com 55% de percepção positiva).
No outro extremo do ranking
está Irã: 59% dos entrevistados veem o país como uma influência
negativa e apenas 15% como positiva. O país persa é seguido por
Paquistão, Coreia do Norte e Israel, com índices similares entre si.
A
pergunta feita aos entrevistados sobre cada país era se ele achava que
sua influência no mundo era 'predominantemente positiva' ou
'predominantemente negativa'.
Declínio geral
A avaliação da
GlobeScan, empresa responsável pela pesquisa, é de que a percepção do
público piorou em relação à maioria dos países. E a culpa parece ser do
cenário econômico desfavorável.
'Parece estar crescendo a
frustração com os governos (dos países pesquisados), já que, passados
quase cinco anos desde o início da crise financeira, eles parecem
incapazes de tirar suas economias da depressão', diz Sam Mountford,
diretor da GlobeScan.
A percepção positiva sobre a União Europeia,
por exemplo, está em um de seus patamares mais baixos (49%). Os EUA
também viram sua imagem piorar (de 47% para 45%) e ficaram abaixo do
Brasil no ranking.
A China e a Índia perderam, respectivamente,
oito e seis pontos percentuais em percepção positiva em relação à
pesquisa do ano passado e estão entre os países com a maior deterioração
de imagem sob os olhos dos entrevistados.
'O prestígio de China e
Índia havia crescido pelo fato de (os países) terem desafiado a
retração econômica, mas isso parece ter mudado com as taxas de
crescimento mais lentas e a percepção de ampla corrupção', opina Steven
Kull, diretor da PIPA, empresa corresponsável pelo estudo.
Olhares sobre o Brasil
A desaceleração econômica também parece estar por trás do aumento da percepção negativa sobre o Brasil.
'A
impressão das pessoas é de que o país não está representando, assim
como outros emergentes, uma alternativa para o crescimento da economia
global em meio ao cenário de recessão nos países ricos', afirmou
Mountford à BBC Brasil.
O Brasil é o país é mais bem visto pelos
entrevistados do Chile (73% deles com percepção positiva a respeito do
país), Peru (65%), Nigéria (62%) e Gana (60%).
E os brasileiros
também se veem com bons olhos: 77% dos entrevistados daqui acham que o
país tem uma influência positiva no mundo, contra 7% que a veem como
negativa.
Mas australianos e alemães têm os maiores índices de
percepção negativa sobre o Brasil. A percepção tampouco é muito positiva
entre os países Bric (Rússia, China e Índia).
'Declinaram na
China a visão positiva do público sobre o Brasil, para 34%, uma queda de
sete pontos percentuais. É a menor proporção de percepção positiva dada
pelos chineses à influência brasileira desde que a pesquisa começou, em
2008', informa o levantamento.
O estudo foi feito entre dezembro de 2012 a abril de 2013. No Brasil, a pesquisa de opinião foi feita em nove capitais.
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