15/09/2013 08:39 - Atualizado em 15/09/2013 08:39
Eugênio Moraes/Hoje em Dia
Todas as 3.740 contribuições pagas são do diretório de Belo Horizonte, localizado na rua Timbiras
Propondo a reforma política com o financiamento público de campanha, o
PT não faz o dever de casa, pelo menos em Minas Gerais. O Processo de
Eleição Direta (PED), eleição que irá indicar os novos presidentes dos
diretórios municipais e estadual para um mandato de dois anos tem fortes
indícios de financiamento privado, com o pagamento em massa de débitos de militantes e até mesmo a regularização de filiado que já morreu.
O Hoje em Dia teve acesso
a uma representação do deputado estadual e também candidato a
presidente do PT de Minas Gerais, Rogério Correia, ao Diretório
Nacional. No documento, o candidato questiona o fato de, em um único
dia, no mesmo caixa do Banco do Brasil, terem sido pagas 3.740
contribuições de filiados do diretório de Belo Horizonte em débito com o
partido. O pagamento foi realizado no dia 26 de agosto, a quatro dias
do prazo final para o acerto do pagamento individual de filiado.
Para um filiado votar, além de ter feito um curso de formação, ele deve estar em dia com as contribuições do partido. Atualmente,
quem possui cargo comissionado destina um percentual do salário,
conforme o valor que recebe. Quem não ocupa cargo comissionado, tem que
pagar uma taxa de R$ 10 por semestre para ser considerado apto a
escolher o dirigente.
Até morto
No meio das 3.740 contribuições, há o
nome de dois filiados que já mudaram de Minas Gerais e o de Charles das
Chagas Ferreira, falecido no primeiro semestre deste ano. “Isso mostra que pegaram uma lista de filiados, pagaram para garantir que eles possam votar. E o dinheiro
vem de fora. Quem tem condições de pagar isso? Desse jeito, só ganha
quem tiver dinheiro”, diz um membro do partido que pediu para não ser
identificado.
Outro petista, que também pediu
anonimato, afirma que esse tipo de movimentação está acontecendo no
partido por que há grupos que querem a vitória a qualquer preço. “Querem
ganhar com boa margem de votos. Se ganhar de pouco, é como se tivesse
perdido”, afirma.
A “necessidade” de uma vitória
expressiva seria para garantir efetivamente o controle do partido, já
que uma divisão clara dificultaria o poder.
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