segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Jogo político para 2014 muda após protestos pelo país

30/09/2013 07:03 - Atualizado em 30/09/2013 07:03

Patrícia Scofield - Hoje em Dia



Arquivo/Montagem/Hoje em Dia
Jogo político para 2014 muda após protestos pelo país
Dilma, Aécio, Alckmin, Anastasia, Cabral e Campos devem concorrer em 2014
A um ano das eleições de 2014, marcadas para 5 de outubro, grupos políticos que estão no poder deverão enfrentar disputas mais difíceis nas urnas, tanto à Presidência da República quanto aos governos estaduais. Considerando-se o atual contexto político-social com o do pleito de 2010, especialistas ouvidos pelo Hoje em Dia apontam que a presidente Dilma Rousseff (PT), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), e os sucessores dos governadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), por exemplo, terão mais dificuldade para superar a onda dos protestos que tomaram as ruas de junho a agosto deste ano e angariar votos.
Para o doutor em Sociologia e mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB), Rodolfo Marcílio Teixeira, professor do Centro Universitário Unieuro, a entrada da ex-senadora Marina Silva no jogo político atrapalha os planos do PT para reeleger Dilma. “Marina conhece bem o PT. Ela foi do partido, tem moral e conhecimento para criticar a legenda. Ela sabe como eles pensam e pode retirar votos do PT”.
Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai definir sobre o registro para a criação do Rede Sustentabilidade, idealizado por Marina para defender as bandeiras do meio ambiente e do combate à corrupção.
Para Teixeira, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) também é uma “pedra no sapato” da cúpula do PT por ter bom trânsito com o empresariado nordestino e com o também presidenciável Aécio Neves (PSDB), crítico ferrenho do governo Dilma. “O PSB tem feito administrações razoáveis a boas nos estados e conseguiu palanques bons. O ex-presidente Lula (PT) e a presidente Dilma fazem questão de tratá-lo com cuidado, ainda mais depois da decolagem do PSB do governo”, pondera.
Na avaliação do doutor em Ciência Política e Sociologia pelo Iuperj, Paulo Roberto Figueira Leal, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pesquisas de opinião divulgadas desde junho, quando tiveram início os protestos nas principais cidades brasileiras, indicam que há perdas em todos os cargos do Poder Executivo.
“Está havendo recuperação mas, se as eleições fossem hoje, estaria menos fácil do que estava até maio. Há dimensões que fazem variar isso de lugar para lugar. Questões específicas, locais, que vão levar a diferenças de possibilidade de governo”, observa.
A última pesquisa Ibope mostrou a recuperação de Dilma, que abriu 22 pontos sobre Marina na disputa presidencial, enquanto Aécio passou de 13% para 11% e Eduardo Campos caiu de 5% para 4%. A petista cresceu de 30% para 38%. “Dilma ainda é favoritíssima, só que o cenário é menos favorável do que foi. E Marina é a presença que mais leva a um 2º turno. Por outro lado, não é razoável dizer que a oposição leva vantagem sobre os que estão no poder, em relação às manifestações. Parte da oposição está desgastada”, acrescenta Figueira.
 

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