15/09/2013 08:42 - Atualizado em 15/09/2013 08:42
Arquivo
Corpo do operário Sebastião Tomé, recolhido para o interior da usina, é observado por colegas
Após meio século de impunidade, moradores da região e parentes de
vítimas, além de entidades sindicais, querem esclarecer pontos que
permanecem obscuros no sangrento episódio que ficou conhecido como o
Massacre de Ipatinga.
No dia 7 de outubro, membros da Comissão Nacional da Verdade vão
participar de uma audiência pública na cidade, que cobra uma nova
investigação sobre o caso. Isso porque há fatos que colocam em xeque a
versão oficial, especialmente no que diz respeito ao número de vítimas.
Usiminas comprou 32 caixões após massacre
Há fortes evidências remanescentes do processo, provas documentais e
testemunhais, que indicam a morte de mais trabalhadores. O padre Abdala
Jorge, que à época ajudou no resgate das vítimas, afirmou em repetidos
depoimentos ter contado pessoalmente 11 corpos que foram encaminhados
para um hospital da região.
Além disso, documentos compravam que
pelo menos dois operários, Gesulino França de Souza e Fábio Rodrigues de
Souza, permanecem desaparecidos desde o massacre.
Fato intrigante é o relato de um
ex-funcionário da siderúrgica que, no dia 8 de outubro de 1963, um dia
após o massacre, recebeu a missão de buscar na funerária da Santa Casa
de Misericórdia, em Belo Horizonte, 32 caixões e quatro tambores
cromados contendo sangue.
Toda a mercadoria foi entregue pelo
motorista, que até então era responsável apenas pelo transporte de
alimentos dos funcionários, no almoxarifado da Usiminas.
Geraldo Ribeiro, à época presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de Coronel Fabriciano, revelou recentemente
ter recebido uma carta da direção da Usiminas informando que, cerca de
30 dias após o confronto, 59 trabalhadores não teriam retornado às suas
atividades. Por esse motivo seriam demitidos. O paradeiro ou a situação
destes operários jamais foram revelados.
Dezenove soldados foram indiciados pela
tragédia. Apesar das evidências e do confronto desigual, já que estavam
armados inclusive com metralhadora giratória, todos foram absolvidos em
1965, no auge da ditadura militar, por legítima defesa.
*O pequeno caminhão, que foi usado para transportar os soldados e a
metralhadora, foi destruído na manhã seguinte, em frente ao prédio onde
hoje funciona a Faculdade Pitágoras, no Horto.
Segundo algumas testemunhas, o caminhão teria ido buscar o almoço dos soldados que estavam escondidos onde é hoje o bairro Ferroviários.
Segundo algumas testemunhas, o caminhão teria ido buscar o almoço dos soldados que estavam escondidos onde é hoje o bairro Ferroviários.
Fonte: http://plox.com.br/caderno/aconteceu/eu-recolhi-os-corpos-entrevista-com-testemunha-massacre-ipatinga
O MASSACRE
Em 7 de outubro de 1963, trabalhadores da Usiminas, após uma série de manifestações de protesto contra a vigilância e as condições de trabalho e moradia oferecidas pela empresa, fizeram uma paralisação e logo depois entraram em confronto com a PM. Por volta de 7 horas da manhã, cerca de 4 mil operários, 19 policiais e um fuzil FMZB, em cima de um caminhão Opel, estavam na portaria da empresa quando teria vindo a ordem: “Senta a pua!” Os policiais abriram fogo contra a multidão e até hoje não se sabe ao certo o número de mortos.
O fato é que esta tensa manhã de outubro ficou, durante muitos anos, propositalmente, no ostracismo da memória ipatinguense. Além disso, indícios apontam para alguma ligação com o golpe de 64, como um exemplo do que poderia acontecer a quem se opusesse à tomada do poder pelos militares. Próximo do “aniversário” de 50 anos do episódio, a proposta foi trazer alguns personagens mais uma vez a público, dando-lhes autonomia para relatarem sua versão.
PERSONAGENS
Tenente Xavier era o comandante da cavalaria, segundo ele os trabalhadores foram vítimas de uma polícia e uma vigilância despreparada para aquela situação de conflito. José Francisco era primeiro sargento, comandado por Xavier e acha duvidoso um fuzil que dispara mais de 300 tiros por minuto, acertar fatalmente “apenas” 8 pessoas. Dinah foi a primeira enfermeira da Usiminas, atendeu muitos feridos, mas não viu ninguém morrer. Cley era o motorista do caminhão que transportava o FMZB, segundo ele, haveria um massacre caso o policial não atirasse contra os “baderneiros”. Hélio Mateus era operário, ainda tem uma bala alojada nas nádegas e a carteira com as notas perpassadas pelo projétil. Hélio Guimarães era vigilante, e conta que pessoas “saíam da roça”, sem preparo para ocupar o cargo de vigiar e punir os trabalhadores. José Horta, operário, morava próximo aos alojamentos onde a confusão começou, no dia 6. Ele diz que viu, mas não contou, mais de 40 mortos. Helena era criança, lembra da preocupação dos pais e de ter ficado escondida numa floresta. Deusdedith, operário e comunista, liderava quatro “grupo dos 11”, recebeu treinamento do grupo do Brizola, mas diz que a greve do dia 7 não foi comandada por ele. Adil
Fonte: http://www.diariopopularmg.com.br/vis_noticia.aspx?id=5871
VER MAIS AQUÍ:
http://seminarioposhistoria.net84.net/pdf/tadeu.pdf
O MASSACRE
Em 7 de outubro de 1963, trabalhadores da Usiminas, após uma série de manifestações de protesto contra a vigilância e as condições de trabalho e moradia oferecidas pela empresa, fizeram uma paralisação e logo depois entraram em confronto com a PM. Por volta de 7 horas da manhã, cerca de 4 mil operários, 19 policiais e um fuzil FMZB, em cima de um caminhão Opel, estavam na portaria da empresa quando teria vindo a ordem: “Senta a pua!” Os policiais abriram fogo contra a multidão e até hoje não se sabe ao certo o número de mortos.
O fato é que esta tensa manhã de outubro ficou, durante muitos anos, propositalmente, no ostracismo da memória ipatinguense. Além disso, indícios apontam para alguma ligação com o golpe de 64, como um exemplo do que poderia acontecer a quem se opusesse à tomada do poder pelos militares. Próximo do “aniversário” de 50 anos do episódio, a proposta foi trazer alguns personagens mais uma vez a público, dando-lhes autonomia para relatarem sua versão.
PERSONAGENS
Tenente Xavier era o comandante da cavalaria, segundo ele os trabalhadores foram vítimas de uma polícia e uma vigilância despreparada para aquela situação de conflito. José Francisco era primeiro sargento, comandado por Xavier e acha duvidoso um fuzil que dispara mais de 300 tiros por minuto, acertar fatalmente “apenas” 8 pessoas. Dinah foi a primeira enfermeira da Usiminas, atendeu muitos feridos, mas não viu ninguém morrer. Cley era o motorista do caminhão que transportava o FMZB, segundo ele, haveria um massacre caso o policial não atirasse contra os “baderneiros”. Hélio Mateus era operário, ainda tem uma bala alojada nas nádegas e a carteira com as notas perpassadas pelo projétil. Hélio Guimarães era vigilante, e conta que pessoas “saíam da roça”, sem preparo para ocupar o cargo de vigiar e punir os trabalhadores. José Horta, operário, morava próximo aos alojamentos onde a confusão começou, no dia 6. Ele diz que viu, mas não contou, mais de 40 mortos. Helena era criança, lembra da preocupação dos pais e de ter ficado escondida numa floresta. Deusdedith, operário e comunista, liderava quatro “grupo dos 11”, recebeu treinamento do grupo do Brizola, mas diz que a greve do dia 7 não foi comandada por ele. Adil
Fonte: http://www.diariopopularmg.com.br/vis_noticia.aspx?id=5871
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http://seminarioposhistoria.net84.net/pdf/tadeu.pdf
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