Presidente falou sobre leilão do Campo de Libra em pronunciamento na TV.
Segundo ela, 'empresas privadas parceiras também serão beneficiadas'.
A presidente Dilma Rousseff
negou na noite desta segunda-feira (21) que o leilão do Campo de Libra,
o primeiro da camada pré-sal sob o regime de partilha, represente uma
privatização. Em pronunciamento de oito minutos e três segundos em rede
nacional de rádio e televisão, ela afirmou que 85% de toda a renda
gerada pelo campo ficará com a União ou com a Petrobras e que as
empresas parceiras terão seus lucros, compatíveis com os riscos que
correrão.
O vencedor do leilão foi o consórcio formado pelas empresas Petrobras,
Shell, Total, CNPC e CNOOC. Único a apresentar proposta, o consórcio
ofereceu repassar à União 41,65% do excedente em óleo extraído do campo,
percentual mínimo fixado pelo governo no edital. Nesse leilão, vencia
quem oferecesse ao governo a maior fatia de óleo – o regime se chama
partilha porque as empresas repartem a produção com a União.
“Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida no
Campo de Libra vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. Isso é
bem diferente de privatização”, disse a presidente.
Nesta segunda, após o leilão, políticos de oposição,
como o senador Aécio Neves, possível candidato a presidente da
República, afirmaram que o governo reconheceu a "importância do
investimento privado".
Segundo Dilma, “as empresas privadas parceiras também serão
beneficiadas, pois, ao produzir essa riqueza, vão obter lucros
significativos, compatíveis com o risco assumido e com os investimentos
que estarão realizando no país. Não podia ser diferente”.
Ao justificar os lucros que as empresas vão ter, a presidente citou os
empregos e renda a serem gerados. “O Brasil é – e continuará sendo – um
país aberto ao investimento, nacional ou estrangeiro, que respeita
contratos e que preserva sua soberania. Por tudo isso, o leilão de Libra
representa um marco na história do Brasil”, justificou. "Estamos
transformando o pré-sal num passarporte futuro para uma sociedade mais
justa e com melhor distribuição de renda", disse.
Dilma elogiou o regime de partilha, elaborado com o Congresso
Nacional. “Com ele estamos garantindo um equilíbrio justo entre os
interesses do Estado brasileiro e os lucros da Petrobras e das empresas
parceiras. Trata-se de uma parceria onde todos sairão ganhando”, disse.
Dilma destacou os avanços sociais que os recursos da área do pré-sal
poderão, segundo ela, trazer para o Brasil. De acordo com a presidente,
só o Campo de Libra será responsável sozinho por 67% de toda a produção
de óleo do país, ou seja, 1,4 milhão de barris. Em 35 anos, diz Dilma no
pronunciamento, o Estado brasileiro receberá mais de R$ 1 trilhão: R$
270 bilhões em royalties, R$ 736 bilhões pelo excedente de óleo sob o
regime de partilha e R$ 15 bilhões como bônus de assinatura.
Desse total, ressaltou a presidente, todos os recursos referentes aos
royalties e à metade da participação especial (R$ 736 bilhões) serão
investidos em educação e saúde.
“A batida do martelo do leilão de Libra, hoje, foi também a batida na
porta de um grande futuro que se abre para nós, para nossos filhos e
para nossos netos”, sustenta Dilma.
A presidente também se referiu à geração de "milhões" de empregos na
construção de superplataformas para a extração do petróleo do pré-sal.
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Dilma destacou os investimentos a serem destinados para a educação com
os recursos de Libra. “No dia de hoje o Brasil deu um grande passo:
começou a se tornar realidade a exploração em larga escala do nosso
pré-sal. E passamos a garantir, para o futuro, uma massa de recursos
jamais imaginada para a educação e para a saúde em nosso país”, afirmou,
no início do discurso.
“A fabulosa riqueza que jazia nas profundezas dos nossos mares, agora
descoberta, começa a despertar. Desperta trazendo mais recursos, mais
emprego, tecnologia, mais soberania e, sobretudo, mais futuro para o
Brasil e para todos os brasileiros e brasileiras”.
No final, Dilma disse ainda que Libra “representa um marco na história do Brasil”, cujo sucesso “vai se repetir, com certeza, nas futuras licitações do pré-sal”.
No final, Dilma disse ainda que Libra “representa um marco na história do Brasil”, cujo sucesso “vai se repetir, com certeza, nas futuras licitações do pré-sal”.
“Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o petróleo, em um
tesouro indestrutível que é a educação de alta qualidade. Estamos
transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma sociedade futura
mais justa e com melhor distribuição de renda”, falou.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento da presidente.
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento da presidente.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
No dia de hoje o Brasil deu um grande passo: começou a se tornar
realidade a exploração em larga escala do nosso pré-sal. E passamos a
garantir, para o futuro, uma massa de recursos jamais imaginada para a
educação e para a saúde em nosso país.
A fabulosa riqueza que jazia nas profundezas dos nossos mares,
agora descoberta, começa a despertar. Desperta trazendo mais recursos,
mais emprego, mais tecnologia, mais soberania e, sobretudo, mais futuro
para o Brasil e para todos os brasileiros e brasileiras.
O sucesso do leilão do Campo de Libra – que é o primeiro mega campo
do pré-sal a ser licitado em regime de partilha – vai permitir uma
parceria da Petrobras com as empresas Shell, Total, e as chinesas CNOOC e
CNPC. São empresas grandes e fortes que vão poder explorar, nos
próximos 35 anos, um montante de óleo recuperável estimado entre 8 a 12
bilhões de barris de petróleo e 120 bilhões de metros cúbicos de gás
natural.
Só para vocês terem uma ideia do que isso significa, basta lembrar
que a produção total do Brasil, em 2013, deverá ficar próxima de 2
milhões e 100 mil barris de petróleo diários, enquanto o Campo de Libra
vai alcançar, no seu pico de produção, 1 milhão e 400 mil barris de óleo
por dia. Ou seja, daqui a uma década, Libra pode representar, sozinha,
67% de toda produção atual de petróleo do Brasil.
Porém, ainda há números mais impressionantes e importantes para os
brasileiros. Por favor, prestem bem atenção ao que vou explicar agora.
Nos próximos 35 anos Libra pagará os seguintes valores ao Estado
brasileiro: primeiro, R$ 270 bilhões em royalties; segundo, R$ 736
bilhões a título de excedente em óleo sob o regime de partilha;
terceiro, R$ 15 bilhões, pagos como bônus de assinatura do contrato.
Isso alcança um fabuloso montante de mais de R$ 1 trilhão. Repito: mais
de R$ 1 trilhão.
Por força da lei que aprovamos no Congresso Nacional, grande parte
destes recursos será aplicada em educação e saúde. Isso por que todo o
dinheiro dos royalties e metade do excedente em óleo que integra o Fundo
Social, no valor de R$ 736 bilhões, serão investidos, exclusivamente,
75% em educação e 25% em saúde.
Mas não param por aí os benefícios sociais diretos de Libra. Porque
o restante dos rendimentos do Fundo Social, no valor de R$ 368 bilhões,
será aplicado, obrigatoriamente, no combate à pobreza e em projetos de
desenvolvimento da cultura, do esporte, da ciência e tecnologia, do meio
ambiente, e da mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Minhas amigas e meus amigos,
Bastaria a aplicação correta destes recursos para Libra produzir,
nos próximos anos, uma pequena revolução, benéfica e transformadora, em
nosso país. Mas há ainda muitos outros benefícios que este mega campo
irá trazer. A política que traçamos exige que as plataformas para a
produção de petróleo do pré-sal tenham elevado conteúdo de fabricação
nacional.
Somente para a exploração de Libra serão necessárias entre 12 a 18
super-plataformas. Além delas, todos os outros equipamentos de produção,
como os gasodutos, as linhas de produção, os barcos de apoio, os
equipamentos submarinos serão também fabricados no Brasil. Isso vai
gerar milhões de empregos e contribuir para o desenvolvimento industrial
e tecnológico do nosso parque naval e de nossa indústria de
fornecedores de equipamentos e de prestadores de serviços, sem esquecer
que o volume de óleo produzido vai elevar em muito nossas exportações e,
assim, aumentar o saldo de nossa balança comercial.
Queridos brasileiros e queridas brasileiras,
As etapas de viabilização do pré-sal têm acumulado, até agora,
grandes vitórias. As etapas futuras vão trazer, sem dúvida, novos
desafios. Mas eu tenho certeza que o Brasil responderá à altura.
Além da vitória tecnológica que foi a descoberta, pela Petrobras,
destas gigantescas jazidas, o modelo de partilha que nós construímos
significa também uma grande conquista para o Brasil. Com ele, estamos
garantindo um equilíbrio justo entre os interesses do Estado brasileiro e
os lucros da Petrobras e das empresas parceiras. Trata-se de uma
parceria onde todos sairão ganhando.
Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida no
Campo de Libra vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. Isso é
bem diferente de privatização. As empresas privadas parceiras também
serão beneficiadas, pois, ao produzir essa riqueza, vão obter lucros
significativos, compatíveis com o risco assumido e com os investimentos
que estarão realizando no país. Não podia ser diferente. As empresas
petroleiras são parceiras que buscam investir no país, gerar empregos e
renda e, naturalmente, obter lucros com esses investimentos. O Brasil é –
e continuará sendo – um país aberto ao investimento, nacional ou
estrangeiro, que respeita contratos e que preserva sua soberania.
Por tudo isso, o leilão de Libra representa um marco na história do
Brasil. Seu sucesso vai se repetir, com certeza, nas futuras licitações
do pré-sal. Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o
petróleo, em um tesouro indestrutível, que é a educação de alta
qualidade. Estamos transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma
sociedade futura mais justa e com melhor distribuição de renda.
A batida do martelo do leilão de Libra, hoje, foi também a batida
na porta de um grande futuro que se abre para nós, para nossos filhos e
para nossos netos.
Que Deus continue abençoando o Brasil! Obrigada e boa noite.
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