"QG" de Dilma em BH já custou R$ 329 mil, sem receber a petista

22/10/2013 06:44 - Atualizado em 22/10/2013 06:44

Humberto Santos - Hoje em Dia

Ricardo Bastos/Hoje em Dia

Prédio onde se localiza o escritório regional da Presidência instalado em BH

Quando desembarcar no aeroporto da Pampulha, na quarta-feira (23), a presidente Dilma Rousseff (PT) completará a 16ª visita ao Estado desde que assumiu o posto no Palácio Planalto e a sétima à capital mineira. Em todas essas agendas oficiais, Dilma ainda não colocou o pé no escritório regional da Presidência instalado em Belo Horizonte. Desde a sua criação até hoje, o governo federal já gastou mais de R$ 329 mil só com os salários dos servidores comissionados destacados para cuidar da estrutura.

Criado pela própria Dilma em abril de 2011, o objetivo do gabinete regional seria possibilitar a presidente comandar o país a partir da capital mineira quando estivesse na cidade. 

Além disso, a ideia dos seus correligionários ao criar a estrutura era reforçar seu nome no estado, e afastar as críticas dos opositores de que ela não é mineira. Embora seja nascida em Belo Horizonte, Dilma Rousseff construiu sua carreira técnica-administrativa no Rio Grande do Sul, o que motiva os ataques dos adversários.

Amiga no comando

O escritório da Presidência está localizado na rua da Bahia, 2.500, num prédio onde funciona o Banco do Brasil, ao lado do Minas Tênis Clube. A estrutura é chefiada pela amiga de Dilma dos tempos de Colégio Estadual Central, Sônia Lacerda Macedo. 

Ela foi nomeada em setembro de 2011, com o cargo de Direção e Assessoramento Superior (DAS 101.4) e salário de R$ 7.372,22. Da data de sua nomeação até hoje, Sônia não recebeu Dilma Rousseff oficialmente. 

O gabinete possui ainda dois outros funcionários comissionados, um assessor técnico com salário de R$ 4.247,06 e um assistente técnico com vencimentos de R$ 2.152,46. 

O decreto que criou o escritório previa ainda mais um assistente técnico, mas pesquisa no Diário Oficial da União mostra que o cargo ainda não foi ocupado até hoje.

Assim, considerando apenas os salários dos servidores, sem levar em conta os gastos para manter a estrutura, somam durante este período mais de R$ 329 mil.

Sem resposta

Procurada pela reportagem, a assessoria da Presidência da República não disponibilizou quanto é gasto para manter o gabinete ocioso e quais atividades são desenvolvidas no local, quando a presidente não o utiliza. 

Enquanto a presidente Dilma Rousseff não usa o gabinete em suas cada vez mais frequentes vindas a Belo Horizonte, apenas o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), usufrui da estrutura quando vem ao Estado. 

Presidente vai inaugurar Umei

A presidente Dilma Rousseff vem a Belo Horizonte nesta quarta-feira para inaugurar a Unidade de Educação Infantil (Umei) da Vila Clóris e anunciar a contratação de mais unidades.

Em seguida, Dilma participa da cerimônia de formatura de alunos do Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). É a terceira formatura de alunos do curso profissionalizante que a presidente participa neste ano em Minas Gerais.