2014
Mudanças no cenário político nacional levam PSDB e PSB a acreditar em perdas eleitorais de Dilma
PUBLICADO EM 22/10/13 - 04h00
A
campanha do senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB) aposta abrir
uma frente de 6 milhões de votos nos dois principais colégios eleitorais
do país para tentar frear a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT)
nas eleições do ano que vem.
O cálculo
leva em conta derrotas de Dilma em Minas Gerais – governado pelo tucano
por oito anos – e em São Paulo, reduto eleitoral do candidato derrotado
no pleito de 2010, José Serra (PSDB), que conseguiu uma vantagem de
1.846.036 votos no segundo turno do último pleito.
Em
Minas, Dilma venceu Serra – no segundo turno – pela mesma diferença
pela qual foi derrotada em São Paulo. Considerando os mesmo percentuais
de abstenções e de votos em branco e nulo, Aécio teria que somar 7,3
milhões de votos contra 3,3 milhões de Dilma. Ou seja, de cada dois
eleitores, a petista teria que perder um.
Em
São Paulo, o sucesso de Aécio, de acordo com tucanos de Minas, passa
pelo apoio integral do paulista para que esses votos sejam transferidos.
O desafio, nesse caso, é convencer o próprio Serra a abraçar a
campanha. Aliados do paulista já demonstraram desconforto e creditaram a
derrota em Minas a uma suposta falta de apoio de Aécio justamente
quando Serra era o candidato nas últimas eleições.
Mais derrotas.
A perda de votos de Dilma em redutos importantes é uma certeza também
do PSB, reforçado com a filiação de Marina Silva, que obteve 19,6
milhões de votos em 2010. Os socialistas apostam em derrotas importantes
em Pernambuco – reduto do governador e presidenciável Eduardo Campos – e
em outros Estados do Nordeste sob a influência do pernambucano.
No
ano passado, quando PT e PSB estavam lado a lado na disputa pela
Presidência pelo governo do Estado, tanto Dilma quanto Campos tiveram
3,75 milhões de votos. Pelas previsões do PSB, uma grande parte desses
eleitores votaria no socialista.
O
deputado federal e presidente da legenda em Minas, Júlio Delgado, não
crava uma meta, mas afirma que “assim como ela (Dilma) vai perder em
Minas, nós temos certeza que ela perde também em Pernambuco”. Para
Delgado, a influência de Campos também pode ser decisiva “em outros
Estados vizinhos, como Paraíba, Alagoas, no agreste do Rio Grande do
Norte e em parte do Ceará. A repercussão é menor somente na Bahia e no
Maranhão”, traça o parlamentar.
Ao
longo do próximo ano, de acordo com Delgado, a ideia é “trabalhar o
vínculo” de Campos com Marina Silva para que os votos que ela obteve em
2010 sejam creditados a ele nas urnas. “Principalmente em locais onde
ela obteve votação expressiva”, afirma o socialista.
Marina
conseguiu 2,7 milhões de votos no Rio de Janeiro – sendo 1 milhão na
capital fluminense. Em Belo Horizonte e no Distrito Federal, a
ex-senadora saiu vitoriosa com 500 mil votos na capital mineira e 611
mil em Brasília (150 mil a mais do que Dilma).
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