Acílio Lara Resende
Jornal O Tempo
Ilustração: Fotomontagem - Imagens Google |
Economistas, juristas, jornalistas e cientistas políticos que gozam de credibilidade neste país, além de vários dos nossos mais acreditados historiadores, têm dito e repetido o mesmo refrão: o presidente da República eleito em 2014, seja ele da oposição ou da situação (representada por Dilma Rousseff ou pelo ex-presidente Lula), encontrará um país economicamente muito mais difícil, socialmente mais complexo e institucionalmente quase à beira de um grande colapso.
A culpa? Do governo Dilma, cuja marca principal, segundo Marina Silva, é o retrocesso. A propósito, discurso duro sobre nosso país foi pronunciado, na abertura da Feira do Livro de Frankfurt, pelo escritor mineiro Luiz Ruffato. Ele o inicia com esta pergunta: “O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso”, disse Ruffato. (O discurso está disponível na internet. Basta acessar o Google e digitar o nome Luiz Ruffato).
Aqui mesmo, neste jornal, em excepcional trabalho de reportagem, se mostrou a real situação das obras de transposição do rio São Francisco, considerada, pelos três governos do PT, a obra do século. O TEMPO, por meio do competente e dedicado jornalista Rodrigo Freitas, resgatou, com certeza, os anos de ouro do nosso jornalismo.
Trata-se de uma denúncia que clama aos céus! A obra, antes orçada em R$ 4,7 bilhões, foi reajustada para R$ 8,2 bilhões!
A situação é de suma gravidade. Diante do catastrófico quadro de atraso em que se acham as obras, o caminho, afirmam conceituados ambientalistas, é paralisá-las agora. Se as interrompermos já, “o prejuízo será menor. Então, o melhor é pará-las, arcar com o prejuízo e aumentar o investimento em adutoras”, diz Apolo Heringer Lisboa, para quem o “São Francisco e seus afluentes estão gravemente doentes”.
Por essa e outras é que milhões de mineiros (com o decisivo apoio de José Serra em São Paulo) acreditam que, abençoada pela sua vocação nacional, depois de 60 anos, Minas elegerá o futuro presidente da República.
O último presidente mineiro foi Juscelino Kubitschek. Tancredo Neves morreu antes de tomar posse. Itamar Franco foi vice de Fernando Collor. E Dilma Rousseff nasceu em Belo Horizonte, mas construiu sua vida – privada e pública – no Rio Grande do Sul, na cidade de Porto Alegre. Isso jamais a tornaria uma pessoa melhor ou pior, mas, simplesmente, a define como alguém distanciada das coisas de Minas.
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