quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Serralheiro compra televisão em loja de BH e é acusado de roubo

CONSTRANGIMENTO

Homem contou que um outro cliente, que se identificou como policial civil, apontou uma arma para ele e seu amigo; comprador acredita que foi vítima de preconceito


PUBLICADO EM 19/12/13 - 09h06
O sonho de ter uma televisão nova quase virou pesadelo para um serralheiro de 41 anos que, após comprar o aparelho, foi impedido de sair da loja por um funcionário e acusado de roubo por outro cliente, que se identificou como policial civil. O caso aconteceu nessa quarta-feira (18) no centro de Belo Horizonte.
Claudionei Gonçalves e o amigo foram às Lojas Americanas da rua São Paulo para comprar a TV e, ao passarem pelo caixa, a atendente informou que não tinha sacola para guardar o produto.
“Perguntei para ela se não haveria problema de sair sem a sacola e ela garantiu que não, pois estava com a nota fiscal”, explicou.
No entanto, quando chegou na porta do comércio, junto com o amigo, o homem foi abordado pelo fiscal de loja. “O meu amigo, Alexandre, estava mais à frente com a caixa da televisão nas costas e eu atrás com o documento fiscal, mas o funcionário da Americanas não deu tempo nem de mostrar o papel e já perguntou 'que isso aí, meu irmão', explicou .
Nesse momento, segundo o jovem, o outro cliente, que seria policial, chegou armado e gritou: “Perdeu, perdeu, ladrão safado. Vocês estão roubando”.
“Eu só senti o cano gelado da arma na minha nuca. A caixa da TV chegou a cair no chão. O tempo todo ele me mandava calar a boca”, disse o acompanhante do comprador, o vigia Alexander André Patrocínio, de 38.
Ainda segundo as vítimas, o suposto policial recolheu os documentos para ver se eles tinham antecedentes criminais. Como nenhum registro foi encontrado e o policial viu a nota fiscal, os amigos foram liberados.
“Ele pediu desculpas, assumiu que errou e pediu para ser perdoado pelo amor de Deus. Eu falei que ia procurar meus direitos e, como os outros clientes ficaram indignados com a abordagem, ele chamou alguns amigos e foi embora. Não teve como pegar seu nome”, contou Gonçalves.
O homem analisa se vai entrar com alguma ação contra o Estado e a loja pois acredita que foi vítima de preconceito. “Eu e meu amigos somos morenos, estávamos sujos, de camiseta e bermuda e, por esse motivo, acharam que éramos criminosos. Foi constrangedor ser acusado na frente das pessoas. Não desejo que ninguém passe por essa vergonha”, finalizou.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que respeita o direito de qualquer cidadão de questionar a forma de abordagem feita por um de seus policiais.
Ainda no comunicado, instituição destacou que disponibiliza sua Corregedoria para acolher e investigar eventuais casos de abuso ou da prática de atitudes incorretas que sejam levadas ao seu conhecimento.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a assessoria das Lojas Americanas, que ficou de comentar o caso.
Atualizada às 10h40

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